Motorista de ônibus ainda não sabe de mortes no Rio, diz advogado
O advogado do Sintraturb (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus) Eduardo Vicente da Silva, que representa o motorista do ônibus que caiu na avenida Brasil, zona norte do Rio de Janeiro, afirmou nesta quarta-feira (3) que ele ainda não foi informado sobre as mortes de sete pessoas após o acidente.
Veja o local onde o ônibus caiu
Segundo o advogado, o médico que trata André Luiz da Silva Oliveira, 33, achou melhor esperar que ele esteja recuperado para contar sobre a tragédia. De acordo com o relatório médico, Oliveira está em “estado transitório de insanidade”, contou o advogado. “Ele só se lembra da última curva [antes do ônibus cair]”, disse.
Indiciamentos
O titular do distrito policial de Bonsucesso (21ª DP), José Pedro Costa da Silva, afirmou que vai indiciar o motorista do ônibus e o jovem suspeito de tê-lo agredido antes do acidente por homicídio doloso -- com intenção de matar. O acidente deixou sete pessoas mortas. Ele vai pedir a prisão preventiva dos dois ainda nesta quarta.
Segundo o delegado, o estudante de engenharia Rodrigo dos Santos Freire, 25, foi reconhecido presencialmente e por foto por duas testemunhas como o agressor do motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33. Já o motorista será indiciado por ter incitado a briga e porque dirigia em alta velocidade.
Briga
Uma das pessoas que ficou ferida no acidente, Amanda Santana Silva, 19, disse para sua mãe que o motorista levou um chute no rosto segundos antes do veículo cair do viaduto Brigadeiro Trompowski.
A mãe de Amanda, Conceição Rodrigues Santana, que foi visitá-la no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio, contou que, segundo a jovem, o motorista não parou no ponto onde um homem queria descer, antes do viaduto. Os dois teriam iniciado uma discussão e o jovem teria pulado a catraca e chutado o rosto do condutor, que perdeu o controle do veículo. "Ela disse que o homem pulou a catraca, ficou discutindo com o motorista e acertou um pontapé no rosto dele. Ela disse que viu o motorista virando de lado, e o ônibus caiu", afirmou.
O titular da 21ª DP disse que o condutor teve perda de memória recente e não se lembra de nada do que aconteceu no dia do acidente. Costa afirmou ainda que Rodrigo também não lembra da briga e que sua última lembrança é de ter entrado no ônibus para ir para a UFRJ. "O Rodrigo diz que não se lembra de nada, mas sabe o que houve pela televisão que está no quarto dele. Ele recebe as informações da imprensa, mas não assume a responsabilidade pelo golpe", contou.
O acidente deixou sete mortos e 11 feridos, dois em estado gravíssimo. Os mortos foram identificados pelos bombeiros como Luiz Antônio do Amaral, de 41 anos; Marcius Flávio do Nascimento, de 36; Oséas da Silva Cardoso, de 39; Ângela Maria Reis da Silva, de 62; Francisco Batista de Souza, de 40; José Aparecido de Jesus, de 41; e Luciana Chagas da Silva, de 26.
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