Velocímetro mostra que ônibus não corria quando caiu de viaduto, diz delegado
O velocímetro do ônibus que caiu do Viaduto Brigadeiro Tromposwski, na zona norte do Rio de Janeiro, parou de funcionar marcando a velocidade de 32 km/h, segundo informou o delegado titular da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, nesta sexta-feira (5).
MOTORISTAS X PASSAGEIROS
O equipamento, recolhido durante a perícia, mostra que o motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33, não estava correndo no momento que o ônibus da linha 328 (Bananal-Castelo) caiu, matando sete pessoas e deixando outras 11 feridas.
Segundo o delegado responsável pela investigação do caso, o tacógrafo (instrumento que mede a velocidade de um veículo durante o percurso) ainda está sendo analisado pela perícia. Ele disse ter certeza de que a causa do acidente foi a agressão do estudante Rodrigo dos Santos Freira, 25, ao motorista.
Acidente
Testemunhas do acidente dizem que o motorista levou um chute no rosto segundos antes de o veículo cair do viaduto Brigadeiro Trompowski. De acordo com os relatos, o motorista não parou no ponto onde um homem queria descer. Os dois teriam iniciado uma discussão e o jovem teria pulado a catraca e chutado o rosto do condutor, que perdeu o controle do veículo.
O titular da 21ª DP indiciou por homicídio doloso (com intenção de matar) o motorista e o jovem. Ambos também responderão por tentativa de homicídio em relação aos sobreviventes.
Feridos
Até o início da tarde desta sexta-feira, sete dos 11 feridos permaneciam internados, sendo três pessoas em estado grave: um homem no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do hospital Miguel Couto, na zona sul da capital fluminense; um jovem de 18 anos que sofreu traumatismo craniano e está no hospital Getúlio Vargas; e uma mulher de 30 anos que sofreu diversas lesões na área do tórax, passou por cirurgia e está no CTI do hospital de Bonsucesso.
Além deles, estão em estado estável o motorista André Luiz da Silva Oliveira, 33, que passou por uma cirurgia no fêmur na quinta-feira, e a estudante Amanda Rodrigues Santana, 19, que quebrou o cóccix, no hospital Getúlio Vargas; o estudante Rodrigo, com uma lesão na face, no hospital Miguel Couto; e um homem de 41 anos no hospital Souza Aguiar.
Reclamações
A principal reclamação que os passageiros de ônibus do Rio de Janeiro levam à ouvidoria da SMTR (Secretaria Municipal de Transportes) diz respeito aos motoristas que não atendem aos sinais de embarque e desembarque nos pontos.
Segundo levantamento divulgado pela secretaria, das 32.585 reclamações registradas em 2012, 14.854 (45%) eram sobre motoristas que não respeitaram os pedidos de parada. Neste ano, desde janeiro, já foram 3.346 queixas sobre o mesmo assunto, do total de 9.531 recebidas pela ouvidoria.
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