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Piora estado de saúde de dentista queimado em SP; polícia ainda não tem suspeitos

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

03/06/2013 18h05Atualizada em 03/06/2013 18h33

Passada uma semana do crime, a Polícia Civil em São Paulo admitiu nesta segunda-feira (3) que ainda não identificou nenhum suspeito de ter ateado fogo no dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, durante uma suposta tentativa de assalto no consultório dele em São José dos Campos (a 97 km de SP).

Boletim médico divulgado hoje pelo hospital israelita Albert Einstein, às 17h, apontou que Gaddy segue internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) "em estado crítico", mas agora "com agravamento do estado geral, devido à longa extensão de queimaduras sofridas (mais de 50% do corpo) e sendo a maioria dessas lesões de terceiro grau". O comunicado do hospital é assinado pelo cirurgião plástico Jorge Diamant e pelo diretor superintendente Miguel Cendoroglo Neto.

De acordo com o chefe da Delegacia Seccional da cidade, Leon Nascimento Ribeiro, “nenhum suspeito ainda foi identificado e nenhuma hipótese foi descartada” nas investigações, ainda que a linha principal apure tentativa de assalto.

Ex-mulher de dentista diz que não contou aos filhos

“Não temos suspeitos, mas continuamos os trabalhos de investigação da mesma forma e eles não são feitos de forma afobada. Queremos descobrir o que aconteceu, e o ideal, agora, é não termos pressa”, disse o delegado.

Conforme Ribeiro, ao longo desta semana prosseguem os depoimentos de familiares e pessoas que tinham convívio próximo com a vítima. Gaddy foi atacado por volta das 21h, quando já não fazia mais atendimento a pacientes.

Na semana passada, além da mulher dele, depuseram como testemunhas dois vizinhos que inicialmente o socorreram, ao ouvir gritos de socorro vindos do consultório, e uma funcionária. A enfermeira que primeiro o viu, vizinha, relatou à polícia ter ouvido do dentista que dois homens encapuzados o atacaram depois de tentar assaltá-lo. Segundo essa testemunha, Gaddy teria dito que os bandidos atearam fogo quando ele retirou o celular do bolso.

Deixado pelos criminosos, o aparelho foi apreendido pela polícia e encaminhado para perícia a fim de detectar ligações recentes feitas e recebidas pelo dentista. A perícia tem prazo de 30 dias para ser concluída. Uma garrafa de álcool a 92% e um isqueiro também foram encontrados no local.

O dentista foi transferido ao hospital paulistano na noite do último dia 30. Até então, ele estava na Santa Casa de São José dos Campos.

Campanha em rede social busca doadores de sangue

Amigos da vítima recorreram a uma corrente criada no Facebook para pedir às pessoas que compareçam ao banco de sangue do hospital e doem em nome do dentista. A iniciativa não especificou o tipo sanguíneo de Gaddy.

O hospital fica na avenida Albert Einstein, 627, Morumbi, zona sul da capital. O banco de sangue funciona das 8h às 21h durante a semana e aos sábados das 8h às 17h, no quarto andar do bloco A.