Manifestação no Rio de Janeiro reúne 300 mil pessoas na prefeitura, diz PM
O protesto contra o preço e a qualidade do transporte público no centro do Rio de Janeiro, reuniu pelo menos 300 mil manifestantes reunidos na Candelária, segundo estimativa de policiais militares no local, que espera 1 milhão de pessoas no local. A estimativa foi confirmada pelo pesquisador Moacyr Duarte, do Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A última manifestação na cidade, que ocorreu na segunda-feira (17) e terminou com a depredação da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e policiais e manifestantes feridos, reuniu 100 mil pessoas.
Por volta das 18h30, a passeata chegou à prefeitura da cidade, onde era aguardada pela cavalaria da PM, Batalhão de Choque, Guarda Municipal e homens da Força Nacional de Segurança. Manifestantes soltaram fogos em frente ao prédio e gritavam para os policiais: "Você aí fardado também é explorado". Alguns manifestantes que se aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar e entraram em confronto com os PMs às 19h. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo.
A avenida Presidente Vargas foi interditada nos dois sentidos. Em direção à Candelária, as pistas da Presidente Vargas tem interdição na altura da avenida Passos; no sentido Praça da Bandeira, a via foi bloqueada na altura da Candelária.
A Polícia Militar, por meio da sua assessoria de imprensa, afirmou que não divulgaria o efetivo de policiais que estão acompanhando a manifestaçã e informou apenas que o número de PMs foi reforçado na região.
Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) chegaram a ser expulsos da concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.
Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos manifestantes.
Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras para a passeata foram recebidos com vaias, palavras de ordem e bombas. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o protesto. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.
Metrô fechado
As estações Cinelândia, Carioca, Cidade Nova, Uruguaiana e Presidente Vargas, no centro, foram fechadas devido à "insegurança externa", segundo o Metrô Rio. As estações Praça Onze e Central também haviam sido fechadas, mas foram abertas após a chegada de reforço da Polícia Militar. Segundo a assessoria do metrô a medida foi tomada por questões de segurança.
Diversas lojas no centro da cidade também fecharam suas portas mais cedo e vários comerciantes optaram por colocar tapumes em frente as vidraças.
Alerta para atentados
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu uma ligação telefônica do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual tomou conhecimento de que a facção criminosa Comando Vermelho poderia cometer atentados terroristas durante a passeata.
Segundo a assessoria do governador, os principais alvos da facção, cujos membros estariam infiltrados entre os manifestantes, são Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), a Prefeitura do Rio e a Assembleia Legislativa. O Palácio Guanabara foi cercado por grades.
Revogação do aumento no Rio e SP
Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.
O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$ 3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80) também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.
Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 --hoje o valor é R$ 5.
OS PROTESTOS EM IMAGENS (Clique na foto para ampliar)
Manifestante tenta invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade
Carro de TV Record é incendiado em frente à Prefeitura de São Paulo durante protestos
Manifestante corre ao lado de estabelecimento comercial em chamas no centro de São Paulo
PM espirra spray de pimenta em manifestante durante protesto no Rio
Em Brasília, manifestantes conseguiram invadir a área externa do Congresso Nacional
Milhares de manifestantes tomam a avenida Faria Lima, em SP
Após protesto calmo em SP, grupo tenta invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo
Manifestantes tentam invadir o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio
Um carro que estava estacionado em uma rua do centro do Rio foi virado e incendiado
Cláudia Romualdo, comandante do policiamento de Belo Horizonte, posa com manifestantes
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