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Manifestação no Rio de Janeiro reúne 300 mil pessoas na prefeitura, diz PM

Manifestantes se concentram em frente à igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro - Jadson Marques/Estadão Conteúdo
Manifestantes se concentram em frente à igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro Imagem: Jadson Marques/Estadão Conteúdo

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

20/06/2013 17h45Atualizada em 20/06/2013 20h07

O protesto contra o preço e a qualidade do transporte público no centro do Rio de Janeiro, reuniu pelo menos 300 mil manifestantes reunidos na Candelária, segundo estimativa de policiais militares no local, que espera 1 milhão de pessoas no local. A estimativa foi confirmada pelo pesquisador Moacyr Duarte, do Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A última manifestação na cidade, que ocorreu na segunda-feira (17) e terminou com a depredação da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e policiais e manifestantes feridos, reuniu 100 mil pessoas.

Por volta das 18h30, a passeata chegou à prefeitura da cidade, onde era aguardada pela cavalaria da PM, Batalhão de Choque, Guarda Municipal e homens da Força Nacional de Segurança. Manifestantes soltaram fogos em frente ao prédio e gritavam para os policiais: "Você aí fardado também é explorado". Alguns manifestantes que se aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar e entraram em confronto com os PMs às 19h. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo.

A avenida Presidente Vargas foi interditada nos dois sentidos. Em direção à Candelária, as pistas da Presidente Vargas tem interdição na altura da avenida Passos; no sentido Praça da Bandeira, a via foi bloqueada na altura da Candelária.

A Polícia Militar, por meio da sua assessoria de imprensa, afirmou que não divulgaria o efetivo de policiais que estão acompanhando a manifestaçã e informou apenas que o número de PMs foi reforçado na região.

Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) chegaram a ser expulsos da concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.

Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos manifestantes.

Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras para a passeata foram recebidos com vaias, palavras de ordem e bombas. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o protesto. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.

Metrô fechado

As estações Cinelândia, Carioca, Cidade  Nova, Uruguaiana e Presidente Vargas, no centro, foram fechadas devido à "insegurança externa", segundo o Metrô Rio.  As estações Praça Onze e Central também haviam sido fechadas, mas foram abertas após a chegada de reforço da Polícia Militar. Segundo a assessoria do metrô a medida foi tomada por questões de segurança.

Diversas lojas no centro da cidade também fecharam suas portas mais cedo e vários comerciantes optaram por colocar tapumes em frente as vidraças.

Alerta para atentados

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu uma ligação telefônica do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual tomou conhecimento de que a facção criminosa Comando Vermelho poderia cometer atentados terroristas durante a passeata.

Segundo a assessoria do governador, os principais alvos da facção, cujos membros estariam infiltrados entre os manifestantes, são Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), a Prefeitura do Rio e a Assembleia Legislativa. O Palácio Guanabara foi cercado por grades.

Revogação do aumento no Rio e SP

Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.

O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$ 3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80) também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.

Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 --hoje o valor é R$ 5.

OS PROTESTOS EM IMAGENS (Clique na foto para ampliar)

  • Manifestante tenta invadir a sede da Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade

  • Carro de TV Record é incendiado em frente à Prefeitura de São Paulo durante protestos

  • Manifestante corre ao lado de estabelecimento comercial em chamas no centro de São Paulo

  • PM espirra spray de pimenta em manifestante durante protesto no Rio

  • Em Brasília, manifestantes conseguiram invadir a área externa do Congresso Nacional

  • Milhares de manifestantes tomam a avenida Faria Lima, em SP

  • Após protesto calmo em SP, grupo tenta invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo

  • Manifestantes tentam invadir o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio

  • Um carro que estava estacionado em uma rua do centro do Rio foi virado e incendiado

  • Cláudia Romualdo, comandante do policiamento de Belo Horizonte, posa com manifestantes