Após protesto, governador do Rio recebe manifestantes da Rocinha na sexta
O governo do Rio de Janeiro informou que o governador Sérgio Cabral (PMDB) irá receber um grupo de manifestantes da favela da Rocinha nesta sexta-feira, às 12h, no Palácio da Guanabara. A audiência foi solicitada na terça (25), depois que cerca de mil moradores da comunidade saíram em passeata até a casa de Cabral no Leblon, na zona sul da cidade.
Os moradores da Rocinha são contra a construção de um teleférico e pedem melhores condições de saneamento. Uma das principais obras do PAC 2, o teleférico faz parte de um conjunto de investimentos de R$ 1,6 bilhão do governo federal e estadual na comunidade.
Ainda na terça, o estudante de design Dênis Neves, 25, um dos organizadores da manifestação, informou à reportagem do UOL que a ideia era falar com o governo sobre os problemas da Rocinha e de outras comunidades do Rio. "A gente não está representando só a Rocinha ou o Vidigal, estamos com uma pauta comum de reivindicações", disse.
Em nota, o governo do Estado informou que o governador está disposto a receber “todos os movimentos que desejarem participar e colaborar para a melhoria dos serviços públicos”.
Acampamento
Mais cedo, Cabral recebeu um grupo de cinco pessoas que diz ter acampado em frente à casa do governador. Na saída do encontro, um homem que se identificou como Eduardo Oliveira disse que o grupo não tinha uma pauta de reivindicações pronta para tratar com Cabral. "Pedimos um controle das manifestações e segurança, pois as pessoas não estão se sentindo seguras para se manifestar", disse ele. "Estamos tentando fazer uma ponte entre todos os que têm algo para falar e o governo."
Na porta do palácio, no entanto, o ator Vinícius Fragoso, 20, disse que Eduardo nunca acampou na porta da casa do governador e "é um infiltrado que está tentando desestabilizar o grupo". Fragoso chegou ao local acompanhado de dois membros do grupo que permanece no Leblon. "Ele [Eduardo] tentou convencer as pessoas de que o movimento já tinha acabado e que aquela não era uma luta do povo. Eles não falam por nós. São oportunistas que se aproveitaram a situação", disse Fragoso. "Nosso movimento não vai acabar, nós vamos continuar lá", afirmou o ator.
O encontro de Cabral com o grupo durou cerca de 1h30 e teve a presença dos secretários de Educação, Wilson Risolia; Saúde, Sérgio Côrtes; Casa Civil, Regis Fichtner; e do subsecretário de Educação de Gestão de Ensino, Antônio Neto.
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