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Rodovias de acesso à cidade de SP e avenida Paulista são liberadas por manifestantes

Do UOL, em São Paulo

11/07/2013 11h04Atualizada em 11/07/2013 18h18

Terminaram na tarde desta quinta-feira (11) as manifestações que causavam bloqueios em rodovias que dão acesso à cidade de São Paulo. Os protestos, convocados por centrais sindicais e dezenas de movimentos sociais, chegaram a ocupar o trânsito de ao menos 15 rodovias paulistas por volta das 13h.

Na capital, a avenida Paulista foi liberada nos dois sentidos às 15h53, após quase quatro horas de interdição, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 16h40, um grupo de 200 manifestantes voltou à Praça do Ciclista, mas, segundo a Polícia Militar, já descia sentido Praça da República. Ainda conforme a PM, os protestos hoje levaram cerca de 7.000 pessoas à avenida, na qual todos os acessos tiveram que ser fechados ao trânsito de veículos. Estações de metrô funcionam normalmente.

Por volta das 15h30, os manifestantes desceram pela rua da Consolação, sentido centro, e se dispersaram.

Pouco antes das 18h, conforme a PM, cerca de 500 manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) que saíram de Embu, na Grande São Paulo, começaram a descer a rodovia  Régis Bittencourt rumo ao Rodoanel. Há possibilidade de interdição lá.

Nas rodovias, as últimas que dão acesso à capital a serem liberadas pelos manifestantes foram a Anhanguera, a Fernão Dias e Mogi-Bertioga, segundo, respectivamente, a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), a concessionária Autopista Fernão Dias e o DER (Departamento Estadual de Estradas e Rodagem). 

Segundo o DER, porém, ainda há registro de protestos em rodovias que cortam o interior paulista, como a SP 62 - Vereador Abel Fabrício Dias, que interliga a Dutra a Pindamonhanga, na altura do km 153 – ali, a manifestação popular começou às 15h --e na SP 250/Sebastão Ferraz Camargo Penteado, no km 312 + 600m, em Apiaí, onde a manifestação é realizada por trabalhadores sem terra.

Também nesta manhã uma liminar da Justiça Federal de São Paulo proibiu que o de tráfego nas rodovias federais paulistas seja represado por atos da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores), sob pena de pagamento de multa de R$ 100 mil por hora. O pedido havia sido feito à Justiça pela Advocacia-Geral da União (AGU)

Conforme a concessionária Ecovias, a Cônego Domênico Rangoni, na Baixada Santista, foi totalmente liberada em ambos os sentidos ao meio-dia. Por volta das 14h, a Anchieta --que tinha bloqueios por manifestações no trecho de planalto, em São Bernardo do Campo --também foi liberada.

Veja os principais pontos que foram bloqueados em São Paulo

No interior, há manifestação também no km 655 da SP 300, na rodovia Marechal Cândido Rondon, próximo ao município de Castilho.

Em Campinas (interior paulista), houve conflito entre a Polícia Militar e manifestantes na SP-324. Segundo a corporação, um policial foi ferido. A manifestação terminou pouco antes das 15h.

De acordo com relatório da Polícia Rodoviária Federal, uma manifestação bloqueava a BR-116 no km 125, em Caçapava. A informação é das 11h. Ainda  segundo a PRF, uma manifestação do MST na BR-153, em Promissão, bloqueava a altura do km 150 por volta de 14h.

Em Caçapava, a interdição havia sido feita no acesso à Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica). Na unidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os trabalhadores atrasaram a produção por três horas. Ações semelhantes ocorreram em outras fábricas da região.

Conforme o sindicato, mais de 15 mil metalúrgicos de 20 fábricas participaram do ato pelo Dia Nacional de Luta --entre os quais, empregados da General Motors, que além de fazer greve de 24 horas, pararam a Via Dutra, no km 142 por pouco mais de duas horas.

Conheça as centrais que organizam as manifestações

CentralNº de sindicatosNº de filiadosPresidente/ coordenadorPartido ligadoQuanto receberam do imposto sindical*
CUT (Central Única dos Trabalhadores)2.1692,7 milhõesVagner Freitas, ligado aos bancários de SPPTR$ 45,7 milhões
Força Sindical1.6801,05 milhãoPaulinho da Força, ligado aos metalúrgicos de SPPDTR$ 41,8 milhões
UGT (União Geral dos Trabalhadores)1.044848,9 milRicardo Patah, ligado aos comerciário de SPPSD e PPSR$ 26,6 milhões
NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)1.039611 milJosé Calixto Ramos, ligado aos metalúrgicos do RecifePMDBR$ 18,6 milhlões
CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)624695 milWagner Gomes, ligado aos metroviários de SPPC do BR$ 9 milhões
CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)363242,3 milAntonio Neto, ligado aos trabalhadores de processamento de dados de SPPMDB----------
CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)281226 milUbiraci Dantas Oliveira, foi ligado aos metalúrgicos de SPPPL----------
CSP/Conlutas85177,5 milJosé Maria de Almeida, ligado aos metalúrgicos de Betim (MG)PSTU e PSOL----------
  • *Em 2012. As centrais reconhecidas pelo governo recebem imposto sindical
  • Fonte: "Folha de S.Paulo"

Rodovias liberadas e Baixada Santista

Em Piracicaba, a SP-304 chegou a ser interditada, mas foi liberada no começo da tarde, por volta do meio-dia. Não houve incidentes. Comércio e bancos funcionam normalmente.

A Dutra, segundo a Polícia Militar, foi desobstruída e liberada para o trânsito de veículos em Guarulhos, por volta de 12h45. Manifestantes que protestavam em frente ao Shopping Internacional se dispersaram pacificamente. 

Manifestantes liberaram por volta de 11h50 a alça do trevo do km 45 da rodovia Ayrton Senna, sentido Arujá e São Paulo. O tráfego flui normalmente na região.

Na rodovia Hélio Smidt --acesso ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos 00, há boas condições de tráfego. 

No momento, nenhum trecho administrado pela Ecopistas sofre interferência de manifestações, de acordo com a concessionária. O movimento é tranquilo em todo corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto. 

A rodovia Raposo Tavares chegou a ser bloqueada, mas foi liberada por volta das 9h30, conforme a Polícia Militar. A Castello Branco, que também tinha manifestantes, está liberada pelo menos desde as 9h40.

No Guarujá, depois de seis horas de interdição, as principais rodovias que cortam a Baixada Santista foram liberadas pelos manifestantes. Perto do meio-dia, os sindicalistas acabaram com o bloqueio que impedia o tráfego nas duas pistas da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, liberando o acesso de caminhões e carretas na região.

A rodovia Anchieta, que foi ocupada pelos protestos desta quinta-feira (11), também já está desocupada.

As rodoviárias de Santos não estão vendendo passagens sentido capital, e os ônibus fretados não conseguem deixar a cidade. O trânsito ficou complicado no começo do horário comercial em três das quatro rodovias que ligam as cidades da Baixada Santista a São Paulo: Anchieta (Santos-SP), Cônego Domênico Rangoni (Guarujá e Cubatão-SP) e Padre Manoel da Nóbrega (Praia Grande-SP). A Imigrantes (São Vicente-SP) operava normalmente.

Pauta de reivindicações das centrais sindicais

Redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas;

Fim do fator previdenciário;

10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação;

Investimentos em saúde conforme disposto na Constituição;

Fim dos leilões do petróleo;

Redução de tarifas e melhorias no transporte público;

Rejeição do Projeto de Lei 4330, que amplia as terceirizações;

Realização da reforma agrária

A avenida Mário Covas, que liga a estação de balsa de Guarujá a Santos, está fechada. Na divisa entre Santos e São Vicente manifestantes impedem a circulação de carros e ônibus intermunicipais.

Protestos na cidade de São Paulo

Na cidade de São Paulo, onde o rodízio municipal hoje foi mantido (no caso, a placas de finais 7 e 8), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), registrava às 12h ao menos 14 protestos pela cidade de São Paulo, a maioria deles com interdições parciais ou sem bloqueio do trânsito. Ao meio-dia, todos os acessos da avenida Paulista foram fechados, nos dois sentidos.

Os protestos foram registrados em áreas como Ponte do Piqueri, Ponte do Socorro e Praça Alfredo Issa. A Ponte Estaiada chegou a ser ocupada, mas foi liberada por volta das 11h.

A CET também registra manifestantes nas avenidas Paulista –onde acontece a grande concentração das centrais sindicais, desde o meio-dia --, Juscelino Kubitsheck, Bandeirantes, Prestes Maia, Dr Francisco Mesquita, Jacu-Pêssego, Antônio Estevão de Carvalho, Mercúrio, Guarapiranga, José Bonifácio Nogueira, Radial Leste, Octaviano Alves de Lima, Interlagos e Arno, além das ruas do Gasômetro, Prates, José Paulino e Casper Líbero. Na junção da Celso Garcia com a Rangel Pestana, ônibus pararam as atividades por volta das 10h30, e o trânsito na região ficou complicado, segundo a CET.

Os manifestantes que estavam na avenida Prestes Maia seguiram em direção à região da Rua 25 de Março e já se encaminham à Praça da Sé. Ao todo, são cerca de 600 sindicalistas nesse ato, e o destino final foi a avenida Paulista.

O cruzamento das ruas da Consolação e Antônio Carlos também foi bloqueado por volta das 13h, segundo a CET, devido a um protesto de policiais civis e sindicalistas. O grupo seguiu para a Paulista, e o trecho foi liberado.

Ainda conforme a CET, cerca de 5.000 pessoas participam de manifestação na avenida Lucas Nogueira Garcez, sentido ao Paço Municipal de São Bernardo do Campo. Cerca mil motoboys passam pela avenida Vereador José Diniz em direção à avenida Paulista, de acordo com a Polícia Militar. Há manifestantes ainda ocupando três faixas da Ponte Atílio Fontana.

Conforme a PM, também o cruzamento da rua Bernadino de Campos com a rua Estela, na região do Paraíso (zona sul), está  completamente bloqueado por manifestantes.