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Papa vai entender se houver protestos, diz Gilberto Carvalho

O palácio Guanabara, sede do governo do Rio, tem sido palco de diversos protestos na cidade - Gustavo Maia/UOL
O palácio Guanabara, sede do governo do Rio, tem sido palco de diversos protestos na cidade Imagem: Gustavo Maia/UOL

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

17/07/2013 13h49

Na sua visita ao Brasil na próxima semana, durante a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco saberá “entender se houver protestos” no período em que estiver no país, afirmou o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

“O papa tem se mostrado tão aberto, tão plural na sua concepção que eu tenho certeza de que ele vai saber entender que isso é parte da saúde democrática de um país. Portanto, saberemos conviver sem nenhum problema, esperamos que pacificamente, com toda forma de manifestação”, disse Carvalho nesta quarta-feira (17) durante o intervalo de um seminário em Brasília.

Indagado se os protestos poderiam atrapalhar a viagem do pontífice, o ministro respondeu que o governo não está preocupado. “A principal segurança do papa é o entusiasmo, é a tradição de paz e fraternidade do povo brasileiro. Nós não estamos efetivamente preocupados, a não ser, claro, com aquilo que é nossa obrigação de oferecer o apoio logístico e de segurança a um chefe de Estado, que o papa representa e é.”

Ao lado de outros ministros e da própria Dilma, Carvalho participou do Seminário Internacional do Desenvolvimento, no Itamaraty, evento que marca os dez anos do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), conhecido também como “Conselhão”.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) --responsável pela proteção ao papa no Brasil-- informou ontem que as manifestações de rua são vistas como a maior "fonte de ameaça" à visita do pontífice. As autoridades brasileiras e membros da Igreja Católica no país discutem inclusive a possibilidade de alterar a programação do evento para preservar a comitiva oficial do papa e os fiéis que estarão na cidade.

A principal mudança envolve a solenidade de boas vindas a Francisco, com a presença do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, prevista para as 17h de segunda-feira (22), no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense. Policiais e militares entendem que o prédio não é seguro. Para o mesmo local, está programado encontro reservado do papa com a presidente Dilma Rousseff.

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Nada contra o papa

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (17) que o papa Francisco "tem conhecimento" das manifestações que ocorrem no Brasil, mas, mesmo assim, fará sua viagem ao país com "total serenidade".

"Iremos com total serenidade, sabendo que estas manifestações não têm nada de específico contra o Papa ou contra a Igreja, e tendo total confiança na capacidade das autoridades brasileiras de gerir a situação", relatou Lombardi ao se referir à viagem do pontífice para a Jornada Mundial da Juventude, programada para os dias 23 a 28, no Rio de Janeiro.  

Lombardi descarta ainda a possibilidade de qualquer mudança no cronograma do evento. "Quem vai dizer sobre a possibilidade de mudança são as autoridades brasileiras. Mas, atualmente, não esperamos que haja qualquer inconveniente em particular ", acrescentou ele, que relatou não há previsão de reuniões com os representantes dos protestos, da mesma forma como não estão previstos encontros com as vítimas de pedofilia. "A mensagem do papa é uma mensagem de solidariedade a toda a sociedade, que apela para o bom desenvolvimento e vida pacífica para todos."