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"Me senti abraçada por Deus", diz brasileira após almoço com papa

Aline Rany, 22, de Niterói, almoçou com o papa Francisco: "Chorei no começo, no meio e no fim" - Larissa Baroni/UOL
Aline Rany, 22, de Niterói, almoçou com o papa Francisco: "Chorei no começo, no meio e no fim" Imagem: Larissa Baroni/UOL

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, no Rio

26/07/2013 18h56

"Me senti abraçada por Deus”, disse a fluminense Aline Rany, 22, após almoçar com o papa Francisco realizado na tarde desta sexta-feira (26), na sacada do Palácio Arquiepiscopal São Joaquim, na Glória, na região central do Rio de Janeiro.

Ao todo, 12 jovens, sendo dois representantes de cada continente e dois brasileiros, receberam uma missão do pontífice: repassar mensagens de amor ao próximo. 

"Por que estão aqui?", perguntou Francisco, que emendou outros dois questionamentos: "Por que muitos jovens continuam a morrer na rua? Quando teremos essa resposta?". Na sequência, como informou Aline, ele passou a missão para os jovens.

"Foram perguntas que nos fez refletir sobre a nossa própria vida", relatou Aline, que, com os olhos cheios de lágrimas, disse ter conseguido encontrar no bate-papo as respostas para as suas dúvidas pessoais.

Ela relatou ainda se sentir muito honrada com sua nova missão. "Não me acho digna de receber uma graça como essa. O mínimo que tenho que fazer é retribuir todo esse amor que ele me passou aos demais."

A moradora de Niterói (RJ) afirmou não saber ao certo o que fazer a partir de agora. "Ainda estou digerindo o que de fato aconteceu", disse. E quando foi questionada por jornalistas sobre se praticava ou não caridade, ficou meio sem jeito e se resumiu a responder: "Tenho tentado".

A conversa, como descreveu Aline, foi recheada de bom humor e emoção. "Chorei no começo, no meio e no fim do bate-papo." E, segundo ela, o pontífice também deixou um recado de agradecimento pela hospitalidade a todos os brasileiros.

O cardápio do almoço do papa com os jovens tinha salada mista na entrada e risoto ao funghi como guarnição. Para o prato principal, os convidados podiam escolher entre escalope com molho ao vinho e legumes ou peito de frango. Para sobremesa, havia mousse de maracujá e torta de prestigio.

  • Arte/UOL

Participantes falam sobre almoço com papa

Em uma coletiva de imprensa, a colombiana Paula Garcia, representando os jovens que tiveram o privilégio de almoçar com Francisco, disse que durante o encontro todos tiveram a oportunidade de conversar com o papa e compartilhares a sua experiência. "Até sugeri a ele que criança uma Jornada Mundial para os Idosos."

Paula relatou que o pontífice aproveitou o encontro para voltar a falar sobre a necessidade de os jovens terem esperança. "Abordou a situação econômica dessa geração, principalmente dos países europeus. E mais uma vez relacionou dignidade ao trabalho".

Entre os assuntos abordados, ela citou ainda o pedido de maior valorização aos princípios humanos e de vivência em comunidade. "Não somos ilhas, somos comunidade, e não podemos buscar uma vida de solidão", disse a colombiana ao reproduzir o conselho de Francisco.

O único argentino no encontro com o papa, Marcelo Galeano, descreveu o encontro como "simples", mas que jamais imaginava que pudesse acontecer.

"Por que vocês estão tão calados, perguntou o papa no início do encontro", contou Galeano, que disse que não sabia ao certo como agir no início, mas que Francisco tornou as coisas bem mais simples. “Ainda não consegui entender direito o que ocorreu. Foi uma experiência de Deus."