Gastos da JMJ passam por auditoria e Arquidiocese lança campanha por doações
Quase um mês e meio após o fim da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho, o balanço financeiro do evento passa por uma auditoria da empresa Ernst&Young, segundo informou o Instituto JMJ.
Para saldar as dívidas contraídas pela organização do evento -- estimadas em mais de R$ 100 milhões--, a Arquidiocese do Rio lançou uma campanha de arrecadação.
A organização da jornada disse em nota que "vai honrar com todos os compromissos assumidos". Para ajudar no pagamento das dívidas, a Arquidiocese vendeu por R$ 46 milhões, para a Rede D'Or de hospitais, um prédio em São Cristóvão, na zona norte do Rio, onde desde 2001 funciona o hospital Quinta D'Or. O imóvel pertencia à Casa do Pobre de Nossa Senhora de Copacabana, entidade ligada à Igreja Católica, e estava alugado à Rede D'Or desde a inauguração da unidade hospitalar.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, a igreja também vai colocar à venda o cemitério do Catumbi, que é de uma ordem religiosa e fica na região central do Rio. De acordo com o jornal, a organização do evento espera arrecadar cerca de R$ 80 milhões com o negócio. Os recursos seriam então repassados como empréstimo para o Instituto JMJ.
O UOL tentou entrar em contato com a arquidiocese para confirmar a intenção de venda, mas a assessoria de comunicação da entidade informou que a reportagem deveria procurar o Instituto JMJ, que não atendeu a nenhum dos telefonemas feitos nesta quarta (11) e terça-feira (10).
Ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo, o arcebispo dom Orani Tempesta, admitiu que não sabe o destino do dinheiro arrecadado pela JMJ. “Essa auditoria está sendo feita pra poder exatamente sabermos o que aconteceu, o que está acontecendo, pra que saber onde foi aplicado cada centavo e quais são as verdadeiras necessidades”, afirmou.
O instituto que geriu o evento explicou, em nota divulgada no site da arquidiocese, que "trabalha com recursos próprios, obtidos por meio de patrocínios, inscrições de peregrinos, doações e vendas de produtos licenciados", esclarecendo que as duas últimas fontes de renda ainda continuam em curso.
A organização da Jornada reafirmou ainda que não houve injeção direta de verba pública na construção do evento. "Ao longo da preparação da JMJ, o instituto trabalhou com uma margem de segurança orçamentária, a qual, em virtude de determinados fatores, veio a ser utilizada e mesmo ultrapassada", diz a nota.
Imprevistos
O Instituto JMJ listou a mudança dos dois últimos atos centrais --Vigília e Missa de Envio-- de Guaratiba, na zona oeste, para Copacabana, na zona sul, como um dos fatores que fizeram o orçamento da Jornada estourar. Por conta do mau tempo, o Campus Fidei, local onde os peregrinos dormiriam do penúltimo para último dia da jornada, ficou alagado.
Segundo a organização, também houve redução do número de peregrinos inscritos, em comparação com outras jornadas, "em especial de peregrinos europeus, cujos países enfrentam crises financeiras", além de "imprevistos, surpresas e emergências em nível acima do usualmente previstos para eventos do porte da JMJ".
"Com isso, a organização precisou reestruturar seu planejamento financeiro inicial, reorganizando prazos", justificou o instituto.
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