Black blocs e policiais entram em confronto no Rio; ônibus da PM é incendiado
Protesto organizado no centro do Rio de Janeiro por professores em greve terminou em confronto entre a Polícia Militar e manifestantes black blocs por volta de 20h15 desta terça-feira (15). Um ônibus da PM foi incendiado por mascarados. Alguns minutos depois, o Corpo de Bombeiros controlou as chamas. Ao menos 40 manifestantes foram presos, segundo informações de quatro Delegacias Policiais que receberam detidos: 17ª DP (São Cristóvão), 19ª DP (Tijuca) , 12ª DP (Copacabana) e 5ª DP (Lapa). Também houve confronto entre a polícia e manifestantes mascarados em São Paulo.
A confusão no centro do Rio começou no cruzamento da avenida Rio Branco com a rua Araújo de Porto Alegre, no momento em que um grupo de mascarados caminhavam da Câmara Municipal em direção à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A polícia usou grande quantidade de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes, que atiraram morteiros, rojões, pedaços de madeira e pedras contra os PMs da Tropa de Choque. Telefones públicos, placas de sinalização, agências bancárias e as vidraças do Museu de Belas Artes foram destruídas. A estação Cinelândia do Metrô foi fechada.
Carros dos bombeiros percorrem ruas do centro do Rio para apagar focos de incêndio. Uma estação de bicicleta também foi destruída. A reportagem do UOL presenciou duas prisões.
Os manifestantes foram evacuados pela PM em direção ao bairro da Lapa, onde bares e comércios fecharam as portas. Pessoas se abrigaram dentro de estabelecimentos para fugir das bombas jogadas pela PM. Carros de diversas unidades da polícia, como o Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM), percorrem a rua da Lapa em alta velocidade, apontando a transeuntes escopetas com balas de borracha.
Por volta de 20h50, a reportagem presenciou um grupo de aproximadamente 50 PMs atirando pedras contra manifestantes mascarados que montaram e incendiaram barricadas na avenida Rio Branco, na altura da Cinelândia. Os encapuzados revidaram e também jogaram pedras contra os policiais.
Um grupo de aproximadamente 300 manifestantes --mascarados e não mascarados-- se reagrupou na frente da Câmara Municipal, por volta de 21h30, e passaram a cantar músicas de protesto contra o governo e a PM. Mesmo sem praticarem atos violentos, eles foram cercados em quatro pontos pela Tropa de Choque, que atirou várias bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
O protesto foi convocado por professores das redes estadual e municipal, que estão em greve há mais de dois meses, e chegou a reunir cerca de 4.000 manifestantes. Após realizarem o ato, os professores decidiram não acompanhar o protesto dos black blocs e permaneceram na Cinelândia, onde a manifestação terminou.
Protesto começou pacífico
Os manifestantes começaram a caminhar às 17h50, pela avenida Rio Branco, a partir da Candelária. Os mascarados se reuniram à frente do grupo de professores.
Cerca de 50 manifestantes mascarados e vestidos de preto estão à frente do grupo, que saiu da Candelária, onde estavam pelo menos 300 policiais militares. Outros centenas de PMs estão espalhados pela rua do centro.
Policiais fizeram revistas em mochilas de manifestantes na rua do Rosário, mas ninguém havia sido preso até o momento.
Um trio elétrico, com dirigentes do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro) foi utilizado para dar orientações aos manifestantes.
Plano de carreiras questionado na Justiça
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro informou que recorreu, nesta segunda-feira (14), da decisão judicial que suspendeu a sessão plenária realizada em 1º de outubro, durante a qual foi aprovado o PCCR dos servidores da rede municipal de ensino.
Segundo nota da assessoria de comunicação da Câmara, "o órgão jurídico do Legislativo Municipal apresentou à juíza Roseli Nalin pedido de reconsideração da decisão proferida na última sexta-feira (11/10), e ainda, encaminhou à presidência do Tribunal de Justiça pedido de suspensão da liminar".
Com a suspensão da sessão, a lei que institui o plano, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) no dia 2, também está suspensa.
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