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PMs de UPP são encurralados por tiros e resgatados pelo Bope em morro no Rio

Do UOL, no Rio

15/11/2013 12h10Atualizada em 15/11/2013 14h11

Policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) São Carlos, no Estácio, zona norte do Rio de Janeiro, precisaram ser resgatados pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) após ficarem encurralados em um tiroteio que durou cerca de três horas em um beco no morro da Mineira na madrugada desta sexta-feira (15).

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, oito PMs faziam o patrulhamento da região quando foram surpreendidos por tiros e quatro deles ficaram encurralados no beco Ilha do Rato.

Eles pediram reforço para o Bope e de policiais das UPPs Fallet, Turano e Mangueira. Nenhum policial ficou ferido e não houve presos, mas havia rastros de sangue em um residência onde foram apreendidos um carregador de fuzil AK 47 com 30 munições intactas e cápsulas deflagradas de fuzil 762 e de pistola 9 milímetros, além de 150 munições intactas de fuzil 762.

O material apreendido foi encaminhado para a 6ª DP (Cidade Nova), onde foi feita a ocorrência. O Bope não permaneceu no local e a situação foi normalizada, sem necessidade de reforço de policiamento, ainda de acordo com a Coordenadoria.

Violência em UPPs

Na UPP da Rocinha, em São Conrado, zona sul da cidade, inaugurada em setembro do ano passado, a investigação sobre o desaparecimento de Amarildo revelou que ele foi vítima de tortura praticada por policiais da própria unidade.

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou 25 PMs pelo crime, que provocou protestos em toda a cidade. Por conta da repercussão do caso, vieram à tona outras denúncias feitas por moradores da favela ao MP, envolvendo mais de 20 vítimas de tortura praticados pelos PMs da UPP.

No dia 17 de outubro, moradores da UPP de Manguinhos, na zona norte do Rio, protestaram contra a morte de um rapaz de 18 anos na comunidade, e policiais da unidade utilizaram armas de fogo durante a manifestação.

Uma jovem levou um tiro na perna durante o ato. A família de Paulo Roberto Pinho de Menezes, 18, aponta os PMs da UPP como responsáveis pelo óbito do rapaz.

Um dia depois, dois PMs da UPP instalada no Complexo do Alemão foram baleados durante troca de tiros com homens suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Uma UPP foi instalada no local em maio de 2012, mas casos de violência ainda são frequentes na comunidade.

Em maio, o tráfico de drogas impôs toque de recolher obrigando comerciantes do Alemão e da Penha e escolas da região a fecharem suas portas.

Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a ocorrência sinaliza que o processo de pacificação em curso no conjunto de favelas ainda não está completo e que a política de enfrentamento adotada pelo Estado está prestes a atingir o seu limite.