Caminhão não podia circular nesse horário, diz Paes; concessionária diz que veículo ficou na via 2min
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou em entrevista à “Globonews” na manhã desta terça-feira (28) que o caminhão que atingiu uma passarela na Linha Amarela, causando a queda da estrutura e a morte de pelo menos quatro pessoas, não deveria estar circulando pela via. A Lamsa, concessionária responsável pela Linha Amarela, informou que o caminhão que causou o acidente ficou apenas dois minutos na via antes de se chocar com a passarela.
Vídeo mostra momento que carreta atinge passarela no Rio
Segundo a Lamsa, concessionária que administra a via, um caminhão que estava com a caçamba levantada, atingindo uma altura superior 4,5 metros, limite da passarela, bateu na estrutura, causando sua queda.
Veículos que passavam pela via foram esmagados, e pessoas ficaram presas às ferragens. Equipes do Corpo de Bombeiros e de resgate da concessionária foram acionadas para socorrer as vítimas.
Veja onde fica o local da queda da passarela
O veículo prestava serviços para a empresa Arco da Aliança. O caminhão parou a cerca de 200 metros da passarela.
“É uma situação complexa, mas estamos priorizando o atendimento às vítimas”, disse Paes. Ele pediu que a população evite a Linha Amarela e use vias alternativas. As oito pistas da via expressa estão totalmente interditadas, sem previsão para liberação.
Adesivo da prefeitura
O caminhão da empresa Arco da Aliança tem um adesivo na prefeitura na porta. O secretário de Conservação e Serviços Públicos do Rio , Marcus Belchior, afirmou que o caminhão não prestava serviço para a prefeitura. Dessa forma, a empresa não poderia usar o logotipo da administração municipal.
A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) ratificou a informação do secretário. “A Comlurb informa que a empresa Arco Aliança proprietária do caminhão placa LLN 2225 não presta serviços à Companhia. A empresa é autorizada a fazer remoção de entulho particular”, afirmou em nota.
Câmeras de segurança
Segundo a concessionária, não houve tempo hábil de avisar o Batalhão Especial de Veículos, que deveria fazer a abordagem do veículo, que trafegava em horário proibido --das 6h às 10h não podem andar caminhões na via.
A concessionária diz que três câmeras fizeram imagens do caminhão, mas que ele teria entrado na Linha Amarela com a caçamba em posição normal. Apenas próximo à passarela a caçamba deve ter levantado, afirmou a Lamsa.
A passarela tinha 42 metros de comprimento e cerca de 120 toneladas. Era coberta e tinha o piso formado por chapas de concreto Ela caiu sobre dois carros.
A concessionária havia convocado uma entrevista coletiva para as 15h30, mas ela foi cancelada.
"Coisa de filme"
A igreja evangélica do pastor Olair Oliveira dos Santos fica a menos de um quarteirão da passarela. Ele relata que a comunidade Águias de Ouro viveu momentos de terror com o acidente que causou a morte de quatro pessoas e a destruição da passagem.
"Estava na igreja estudando e ouvi um estrondo enorme. Parecia que o céu havia desabado sobre nossas cabeças. Aí saí da igreja e percebi que a passarela tinha caído", disse o pastor. "Foi uma cena de horror. Parecia filme."
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