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Motorista de caminhão que derrubou passarela estava ao celular, diz delegado

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/01/2014 17h10

O motorista do caminhão que causou o acidente na Linha Amarela na manhã de terça-feira (28) admitiu que estava ao telefone celular no momento da colisão com a passarela. A informação é do delegado da 44ª DP, Fábio Asty, que tomou o depoimento oficial de Luis Fernando Costa, da empresa Arcos da Aliança.

Caminhão levantou caçamba após entrar na Linha Amarela

"Ele admitiu que estava ao telefone desde o momento que entrou na Linha Amarela falando com um colega de empresa cujo filho estava desaparecido", afirmou o delegado, que ainda pretende confirmar com a operadora de telefone a informação.

"Isso confirma que houve negligência, mas ainda não é suficiente para o indiciamento em homicídios culposos das cinco pessoas que morreram no acidente. Provavelmente ele não viu a caçamba sendo içada porque estava distraído no telefone."

Segundo o delegado, seria necessário que o motorista tivesse visto a caçamba levantada e decidido continuar na via para que pudesse ser indiciado por homicídio doloso. "Por enquanto ainda não temos informações para isso", disse Asty. O homicídio culposo tem pena de seis anos, enquanto o doloso pode dar até 30 anos de cadeia. O motorista ainda deve responder pelas lesões corporais dos feridos.

Asty contou, no entanto, que é improvável que o motorista tivesse acionado o levantamento da caçamba em movimento porque para isso seriam necessários três passos: pisar na embreagem, desacionar uma trava e puxar uma alavanca.

"Isso causaria um dano mecânico no caminhão e um efeito semelhante ao de engatar uma ré em movimento", explicou Asty, que ainda vai ouvir o mecânico da empresa Arcos da Aliança. A hipótese mais provável é que um conserto da caixa de marcha do veículo, na semana passada, possa ter causado uma falha no sistema hidráulico e o içamento involuntário da caçamba.

Costa está internado no Hospital Ipanema Plus, em Duque de Caxias. Sofreu rompimento no fígado, trauma abdominal e há suspeita de problemas cardiovasculares. O motorista ainda não tem alta prevista.

Até o final da semana o delegado pretende ouvir o dono da empresa e um motorista que utilizou o veículo na segunda-feira. Ele pretende também encontrar mais testemunhas que tenham visto o caminhão na Linha Amarela momentos antes do acidente.