Suspeito de ferir cinegrafista diz já ter visto homem que causou explosão
O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª DP (São Cristóvão) e responsável pela investigação sobre a explosão que feriu o cinegrafista da "Band" Santiago Ilídio Andrade, 49, há três dias, no Rio de Janeiro, informou neste domingo (9) que o estudante e tatuador Fábio Raposo, 22, aceitou colaborar com a polícia em benefício da delação premiada. Preso nesta manhã na casa dos pais, na zona oeste da cidade, o jovem foi indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio e explosão.
Em mais de três horas de depoimento, o jovem acabou sendo convencido pelo delegado e pelo advogado a dar informações sobre um segundo suspeito, que foi responsável por acender o artefato explosivo e deixá-lo próximo à vítima.
Raposo disse conhecê-lo "de vista", já que ambos teriam participado de várias manifestações anteriormente. "Em princípio, ele concordou em colaborar. Vamos ver se há a possibilidade de identificar essa pessoa. Ele disse que não sabe o nome da pessoa, mas que há como identificá-lo", disse Luciano à rádio "CBN".
Fotos e vídeos de profissionais de imprensa que estavam no protesto mostram que o segundo suspeito vestia camisa cinza e calça jeans. A partir das informações passadas por Raposo, os investigadores vão elaborar um retrato falado.
Por volta das 15h, o tatuador deixou a delegacia e foi para a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, onde será encaminhado ao sistema carcerário. Segundo a Polícia Civil, o destino do suspeito ainda não foi definido.
PRINCIPAL SUSPEITO
Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão
Quebra de sigilo
O delegado informou ainda que pretende solicitar à Justiça a quebra de sigilo telefônico e de internet de Fábio Raposo. O objetivo, segundo ele, é apurar qual a relação com o homem, ainda não identificado, que recebeu o artefato explosivo das mãos de Raposo.
Além disso, os investigadores também querem cruzar informações --principalmente as que foram publicadas por Raposo nas redes sociais-- para concluir se o tatuador era ou não adepto da tática anarquista black bloc, nomenclatura utilizada para designar os manifestantes que cobrem o rosto e se vestem de preto, e que quase sempre protagonizam confrontos com a Polícia Militar.
Em uma parede do prédio onde Raposo mora, estão pichadas as frases "black bloc" e "fuck the police", de acordo com o delegado.
Andrade foi atingido na cabeça, perdeu parte da orelha e teve afundamento do crânio. O cinegrafista da "Band" está em coma induzido e seu estado é considerado gravíssimo, segundo boletim médico do Hospital Municipal Souza Aguiar.
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