Defesa de suspeito de ferir câmera diz ter nome de quem lançou o rojão
O advogado do estudante e tatuador Fábio Raposo, 22, indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio e explosão no caso do cinegrafista da "Band" Santiago Ilídio Andrade, 49, que foi ferido após uma explosão em uma manifestação no centro do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (6), afirmou que já identificou o nome da pessoa que atirou o rojão e que deve entregá-lo à polícia. O cinegrafista teve morte cerebral diagnosticada na manhã desta segunda-feira (10), segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
“Através do Fábio localizei uma pessoa que é íntima deste rapaz e me passou a identidade e o CPF deste rapaz. A pessoa me passou e vou entregá-lo à autoridade policial”, afirmou o advogado Jonas Tadeu Nunes em entrevista à “Globonews”.
Nunes afirmou que chegou à identidade do homem por meio de uma pessoa indicada pelo tatuador. Apesar de não revelar nomes, ele disse que aconselhou o homem que acendeu o rojão a se apresentar ao delegado Maurício Luciano de Almeida, da 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão, zona norte. O advogado disse que o homem estaria muito abalado e que teria tentado suicídio.
No domingo (9), Nunes, afirmou ter sido contatado por telefone pela ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho. Ela teria dito que o homem que acendeu o rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que teria oferecido assistência jurídica a Raposo. A ativista negou que tenha oferecido ajuda do deputado.
Em nota publicada no Facebook, Freixo também negou conhecer os envolvidos na explosão e disse que vai processar quem fez as acusações. "Além de a fonte da informação ser de uma fragilidade absurda (o estagiário de Nunes, Marcelo) e de a própria ativista (Sininho) negar ter me associado ao ocorrido, nenhuma prova concreta foi apresentada", afirmou. "Aqueles que afirmarem que o responsável pela explosão é ligado a mim terão que provar. Caso contrário, serão devidamente processados", acrescentou o deputado.
"Sempre repudiei a violência nos protestos, seja ela praticada por manifestantes ou policiais. Discordo dela como princípio e como método para conquistar qualquer coisa", completou. Mais de 4.500 pessoas curtiram a nota divulgada por Freixo.
Veja o momento em que o cinegrafista é atingido
Preso na manhã de domingo (9) na casa dos pais, na zona oeste da cidade, Raposo aceitou colaborar com a polícia em benefício da delação premiada. Em mais de três horas de depoimento, o jovem acabou sendo convencido pelo delegado e pelo advogado a dar informações sobre um segundo suspeito, que foi responsável por acender o artefato explosivo e deixá-lo próximo à vítima.
Raposo disse conhecê-lo "de vista", já que ambos teriam participado de várias manifestações anteriormente. Fotos e vídeos de profissionais de imprensa que estavam no protesto mostram que o segundo suspeito vestia camisa cinza e calça jeans. A partir das informações passadas por Raposo, os investigadores vão elaborar um retrato falado. (Com Estadão Conteúdo)
PRINCIPAL SUSPEITO
Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão
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