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Jovem que forjou sequestro para extorquir mãe é solto

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

12/02/2014 16h02

A Polícia de Jundiaí (58 km de São Paulo) confirmou nesta quarta-feira (12) a soltura de Cristiano Araújo dos Santos, 22, acusado de forjar, em janeiro, o próprio sequestro para extorquir dinheiro da mãe, uma das ganhadoras da Mega-Sena da Virada. Indiciado pelos crimes de extorsão e formação de quadrilha, ele irá responder pelos crimes em liberdade. Se condenado, pode pegar até 14 anos de prisão, além de pagar multa.

A mãe de Cristiano é faxineira no Hospital Municipal Waldemar Ferreira, de Teofilândia (172 km de Salvador), na Bahia, e participou de um bolão, com outros 21 colegas de trabalho, para concorrer na Mega-Sena da Virada. Cada um ganhou aproximadamente R$ 2,2 milhões.

Cristiano e o comparsa dele, Wellington Santos Oliveira, 20, que ajudou a bolar o plano, foram presos em Várzea Paulista (54 km de São Paulo) em 31 de janeiro e estavam detidos no Centro de Triagem de Jundiaí desde então.

Segundo a Delegacia Seccional de Jindiaí, como a Justiça negou o pedido de prisão preventiva dos dois na sexta-feira, ambos foram soltos.

De acordo com o delegado Getúlio Queiroz, que responde por Teofilândia, onde o caso é investigado, outras duas pessoas –a mulher e a sogra de Cristiano– também foram indiciadas e há indícios de que elas sabiam do sequestro.

“Elas tivera participação no caso”, disse.

O caso

Santos, que mora em Várzea Paulista, ficou sabendo do prêmio e ligou para a mãe pedindo dinheiro.

Ela pediu que o filho voltasse à Teofilândia e se negou a enviar dinheiro a ele, dizendo que só daria dinheiro a ele caso voltasse a morar com ela.

Alguns dias depois, ele voltou a ligar e disse que foi sequestrado e que a mãe precisaria pagar o resgate, de R$ 300 mil.

No mesmo dia, ele voltou a ligar e informou que um amigo dele já havia pago o resgate e que, para isso, tinha vendido a casa onde morava com a família.

A mãe precisaria reembolsar o valor ao amigo, segundo Araújo já que, enquanto isso, ele não seria libertado.

A mãe informou o caso à Polícia de Teofilândia, que, em ato contínuo, informou à Polícia Civil de São Paulo, enviando uma foto de Araújo.

A polícia orientou então a mãe a fazer um pequeno depósito na conta do filho e passou a monitorar o sistema de câmeras de bancos de Várzea Paulista.

No mesmo dia em que o depósito foi feito, a polícia flagrou Araújo em pessoa fazendo o saque. Ele foi abordado, detido e preso.

A reportagem tentou contato com o advogado de Araújo, mas a polícia não informou o nome do defensor.

A mãe foi contatada, mas não quis falar sobre o assunto. Jà a polícia de Teofilândia informou que o inquérito já foi concluído e enviado ao Judiciário. Ainda não há previsão para o julgamento do caso.