Jovem que forjou sequestro para extorquir mãe é solto
A Polícia de Jundiaí (58 km de São Paulo) confirmou nesta quarta-feira (12) a soltura de Cristiano Araújo dos Santos, 22, acusado de forjar, em janeiro, o próprio sequestro para extorquir dinheiro da mãe, uma das ganhadoras da Mega-Sena da Virada. Indiciado pelos crimes de extorsão e formação de quadrilha, ele irá responder pelos crimes em liberdade. Se condenado, pode pegar até 14 anos de prisão, além de pagar multa.
A mãe de Cristiano é faxineira no Hospital Municipal Waldemar Ferreira, de Teofilândia (172 km de Salvador), na Bahia, e participou de um bolão, com outros 21 colegas de trabalho, para concorrer na Mega-Sena da Virada. Cada um ganhou aproximadamente R$ 2,2 milhões.
Cristiano e o comparsa dele, Wellington Santos Oliveira, 20, que ajudou a bolar o plano, foram presos em Várzea Paulista (54 km de São Paulo) em 31 de janeiro e estavam detidos no Centro de Triagem de Jundiaí desde então.
Segundo a Delegacia Seccional de Jindiaí, como a Justiça negou o pedido de prisão preventiva dos dois na sexta-feira, ambos foram soltos.
De acordo com o delegado Getúlio Queiroz, que responde por Teofilândia, onde o caso é investigado, outras duas pessoas –a mulher e a sogra de Cristiano– também foram indiciadas e há indícios de que elas sabiam do sequestro.
“Elas tivera participação no caso”, disse.
O caso
Santos, que mora em Várzea Paulista, ficou sabendo do prêmio e ligou para a mãe pedindo dinheiro.
Ela pediu que o filho voltasse à Teofilândia e se negou a enviar dinheiro a ele, dizendo que só daria dinheiro a ele caso voltasse a morar com ela.
Alguns dias depois, ele voltou a ligar e disse que foi sequestrado e que a mãe precisaria pagar o resgate, de R$ 300 mil.
No mesmo dia, ele voltou a ligar e informou que um amigo dele já havia pago o resgate e que, para isso, tinha vendido a casa onde morava com a família.
A mãe precisaria reembolsar o valor ao amigo, segundo Araújo já que, enquanto isso, ele não seria libertado.
A mãe informou o caso à Polícia de Teofilândia, que, em ato contínuo, informou à Polícia Civil de São Paulo, enviando uma foto de Araújo.
A polícia orientou então a mãe a fazer um pequeno depósito na conta do filho e passou a monitorar o sistema de câmeras de bancos de Várzea Paulista.
No mesmo dia em que o depósito foi feito, a polícia flagrou Araújo em pessoa fazendo o saque. Ele foi abordado, detido e preso.
A reportagem tentou contato com o advogado de Araújo, mas a polícia não informou o nome do defensor.
A mãe foi contatada, mas não quis falar sobre o assunto. Jà a polícia de Teofilândia informou que o inquérito já foi concluído e enviado ao Judiciário. Ainda não há previsão para o julgamento do caso.
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