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Após decisão judicial, 40% dos lixeiros voltam ao trabalho em Curitiba

Osny Tavares

Do UOL, em Curitiba

19/03/2014 12h18Atualizada em 19/03/2014 17h30

No segundo dia da greve dos lixeiros em Curitiba, a categoria passou a cumprir decisão judicial que exige a manutenção de 40% do serviço. Ainda assim, as ruas da capital paranaense começam nesta quarta (19) a apresentar sacos de lixo acumulados.

No começo da noite, a desembargadora Ana Carolina Zaina, vice-presidente do TRT-PR (Tribunal Regional do Trabalho  do Paraná), concedeu liminar na ação coletiva do Ministério Público exigindo a volta parcial da manutenção dos trabalhos de coleta de lixo, o que vale também para a coleta e o transporte dos resíduos, a operação, o controle e a manutenção do aterro sanitário.

A prefeitura tenta minimizar o problema utilizando 80 caminhões da Secretaria Municipal do Meio Ambiente para coleta emergencial e pede aos curitibanos que reduzam a quantidade de descarte e segurem em casa o que for possível, principalmente o lixo reciclável, cuja coleta está suspensa até o final da greve.

Uma audiência de conciliação entre o Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Conservação de Curitiba) e a empresa Cavo, concessionária do serviço, está marcada para as 15h30 de hoje na sede do TRT. Dela, deve sair uma nova proposta de reajuste a ser levada para assembleia. Os trabalhadores requerem reajuste de 20% nos salários e 30% no vale-alimentação.

Educadores infantis

A greve dos educadores infantis, responsáveis pelo atendimento nos CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), também entra no segundo dia. Ontem, em reunião com a prefeitura, os representantes da classe abandonaram as negociações após o início da discussão do primeiro item da pauta.

Nesta quarta (19), o TJ do Paraná decidiu que a greve dos educadores é ilegal e determinou a volta da categoria ao trabalho. Segundo o juiz Jefferson Johnson, a paralisação foi abusiva por ter sido convocada em meio às negociações com a prefeitura. O juiz de segundo grau determinou uma multa de R$ 80 mil por dia em caso de descumprimento da decisão.

O Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba) informou que vai levar a questão para ser votada em assembleia após ser notificado pela Justiça.

Ao negociar a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, os educadores recusaram a proposta da prefeitura de dar uma resposta até 23 de abril. Outros itens ficaram pendentes, como  aposentadoria especial, cumprimento da hora atividade, eleição de diretores das creches e piso salarial.

Em balanço divulgado pela prefeitura referente às 9h30 desta quarta, 21% dos 199 CMEIs estavam fechadas. Outros funcionam de forma parcial. Aos pais, a recomendação é que liguem para a unidade antes de encaminhar os filhos. A prefeitura informa que entrou com ação judicial para garantir a prestação do serviço, e que as faltas dos educadores, incluindo as de terça-feira (18), primeiro dia da greve, serão anotadas.

Professores estaduais

Professores e funcionários da rede estadual de ensino iniciaram uma paralisação nesta quarta em todo o Paraná, afetando milhares de estudantes. Segundo a APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), a mobilização vai durar 24 horas. Em Curitiba, os trabalhadores se reúnem na praça Santos Andrade, no Centro, e depois seguem em passeata até o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, onde tentarão uma reunião com o governador Beto Richa.

A categoria pede 33% de hora-atividade na jornada do magistério e o pagamento de avanços em atraso para professores e funcionários, que somariam mais de R$ 100 milhões.

A Secretaria Estadual de Educação, em nota, ressaltou os benefícios concedidos pelo governo do estado ao longo dos últimos anos e garantiu a implantação do regime de progressão para os professores a partir de maio.