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Contra demissão, motoristas param e deixam 120 mil sem ônibus no RS

Funcionários da empresa de ônibus Trevo bloqueiam a saída de veículos da garagem na zona sul de Porto Alegre - Carlos Macedo/Agência RBS
Funcionários da empresa de ônibus Trevo bloqueiam a saída de veículos da garagem na zona sul de Porto Alegre Imagem: Carlos Macedo/Agência RBS

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

18/07/2014 11h22

Manifestantes impedem, desde a madrugada desta sexta-feira (18), a saída de ônibus da garagem de uma empresa que atende a zona sul de Porto Alegre. Estima-se que o número de passageiros prejudicados nesta manhã chegue a 120 mil. O motivo da paralisação é a demissão de um motorista, ocorrida na quinta-feira (17).

Ainda era noite quando os portões da empresa Trevo, na rua Coronel Massot, na zona sul da capital gaúcha, foram interrompidos por um grupo de aproximadamente 60 funcionários. O primeiro coletivo deveria deixar a garagem por volta das 3h50, o que não ocorreu. Treze linhas, abastecidas por 200 carros, estão paralisadas. Destas, três estão sendo feitas parcialmente por outras duas empresas.

Para tentar remediar a situação, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) permitiu que os táxis-lotação da zona sul --cuja tarifa é R$ 4,40, ante os R$ 2,95 dos ônibus-- transportem passageiros em pé.

O motorista que motivou a paralisação foi demitido quando voltou ao trabalho ao final de uma licença-saúde. Adailson de Lima Rodrigues teria sido agredido em abril por um colega em frente à empresa.

Os trabalhadores creem que ele tenha sido mandado embora em retaliação à sua participação na última greve. Eles dizem que só liberarão os portões quando o motorista for readmitido. "Enquanto ele não for reintegrado, pode chover canivete que a gente não arreda o pé daqui", disse Maurício Barreto, integrante da comissão de negociação dos rodoviários.

Por outro lado, a Trevo informou que a demissão se deu em consequência de uma troca de socos entre o motorista e um colega em frente à sede. Por meio de nota, a companhia informa que, depois da briga de "dois colaboradores em frente às instalações da empresa", ambos foram desligados por justa causa, "com o intuito de coibir atitudes violentas". Por fim, o documento afirma que a Trevo "lamenta profundamente que o 'interesse' de um indivíduo esteja sobrepondo sobre o direito de ir e vir da população".