Médica condenada por cortar pênis do ex-noivo em MG pede desculpas à vítima
A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, 34, condenada a seis anos de prisão no regime semiaberto por ter mandado cortar o pênis do ex-noivo, pediu desculpas à vitima.
“Eu só tenho a dizer que eu sinto muito por esse meu ex-noivo, espero que ele tenha recuperado a função dele e desejo tudo de bom para ele. Eu falo que desejo para mim o que desejo para ele.” A declaração foi dada durante uma entrevista à TV Alterosa, afiliada do SBT em Belo Horizonte, veiculada nesta quarta-feira (3).
A urologista, que voltou a clinicar em Minas Gerais, afirmou ser inocente da acusação contra ela. A mulher culpou o pai, que cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde, e uma outra pessoa, cujo nome não revelou. A mulher, que passa o dia fora da prisão, mas tem de retornar ao fim do dia, disse ter sido ameaçada de morte por esse homem.
“Meu pai foi um dos mandantes, só que o outro, o principal, fez tudo. Não é da minha família. E é isso que tem de ser conversado com meu advogado, porque eu estou sofrendo ameaças dessas pessoas desde quando eu entrei na cadeia. Essa pessoa ficou sabendo que eu estava aqui. E ela começou a me ameaçar por medo de a identidade dela ser revelada”, declarou. Atualmente, ela cumpre a pena na penitenciária Estevão Pinto, situada em Belo Horizonte.
O UOL não conseguiu contato com o advogado de defesa da urologista.
A médica disse ainda que não havia casamento marcado entre ela e o ex-noivo, cujo cancelamento supostamente feito pelo homem teria ensejado as retaliações contra ele. Apesar de ter citado a vítima como sendo seu ex-noivo, no momento em que se desculpou, a mulher negou o noivado com ele.
“Na verdade, ele nunca foi meu noivo. Na época em que a gente começou a namorar, eu tinha 19 anos. Meu pai jamais me deixaria casar antes de ser alguém na vida, ou seja, antes de eu me formar e ser alguém. Nunca existiu essa história de casamento,”, afirmou.
A reportagem da emissora de TV afirmou que a médica estaria se relacionando com outro homem, que seria seu noivo atual. Ainda de acordo com a entrevista, a médica se recusou a detalhar a motivação para o crime. “Eu não tenho coragem de falar o que aconteceu. Foi muito pior que isso", limitou-se a dizer.
Relembre o caso
O crime ocorreu em Juiz de Fora (a 278 km de Belo Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos seus advogados.
Ela só veio a ser presa em abril deste ano, em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.
De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a médica teria se revoltado contra o homem e passado a ameaçá-lo. Ele teve sua casa e um automóvel incendiados.
Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do pai, teria contratado dois homens para mutilar o ex-noivo. Devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar.
Segundo o Ministério Público, no dia do crime, a vítima foi dominada por dois homens dentro do apartamento onde morava. Conforme a denúncia, os autores da agressão se passaram por técnicos de uma empresa de telefonia. O irmão da vítima também foi agredido.
O MP disse que os dois foram dominados, amarrados e ainda teriam sido obrigados a cheirar éter. Parte do pênis da vítima foi cortada e levada como prova da execução do serviço. Um dos executores está preso.
"Os executores usaram uma faca para cortar o pênis do rapaz e fizeram questão de dizer que estavam agindo a mando da ex-noiva e do pai dela na ocasião", informou a Polícia Civil de Minas Gerais à época da prisão da médica. A vítima sobreviveu e vive anonimamente.
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