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PMs de UPP são presos e afastados após denúncia de tortura em favela do Rio

Do UOL, no Rio

26/12/2015 13h19Atualizada em 27/12/2015 15h12

Oito policiais militares lotados na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Coroa, do Fallet e do Fogueteiro, favelas da região central do Rio de Janeiro, foram presos administrativamente e afastados de suas funções após denúncias de tortura, roubo e abuso sexual, informou neste sábado (26) a CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora). A identidade dos PMs não foi divulgada.

Segundo reportagem do jornal "O Dia", quatro jovens (entre 17 e 23 anos) afirmaram, em depoimento à Polícia Civil, que voltavam de uma festa na comunidade do Santo Amaro, no Catete, na madrugada desta sexta-feira (25), quando foram abordados em uma blitz.

Dois dos quatro rapazes teriam sido agredidos com socos no nariz. De acordo com o relato, eles ainda teriam sido queimados nos braços e nas pernas. Outro jovem disse ter tido o saco escrotal queimado com uma faca quente. Além disso, ele teria sido obrigado a praticar sexo oral em outro jovem, enquanto um policial filmava a cena.

Os fatos narrados pelo grupo estão sendo apurados pela Corregedoria da Polícia Militar e pela 6ª DP (Cidade Nova), onde foi registrado boletim de ocorrência. Os PMs prestaram depoimento na delegacia, mas a versão deles não foi divulgada pela corporação. As armas utilizadas na ocasião foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

Ainda de acordo com a narrativa dos jovens, toda a abordagem ocorreu porque eles estavam andando de moto, sem capacete. Os PMs teriam dito que tinham raiva por estarem de serviço em pleno Natal. Por fim, após a suposta sessão de tortura, as vítimas ainda teriam sido roubadas pelos policiais.

Há quase um mês, um grupo de cinco jovens foi fuzilado por PMs do 41º BPM (Irajá) quando voltavam de um dia de lazer no Parque Madureira, em Madureira, zona norte da cidade. O carro no qual eles estavam foi atingido por 111 disparos de arma de fogo. Todos morreram na hora. Os policiais foram denunciados à Justiça e respondem por homicídio.