MPL marca protesto contra aumento das tarifas de transporte em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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Kevin David/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
Manifestantes do MPL queimaram em outubro catracas simbólicas em manifestação pela tarifa zero em São Paulo
Após o anúncio de que as tarifas de transporte público de São Paulo passarão para R$ 3,80, o MPL (Movimento Passe Livre) marcou manifestação para o próximo 8 de janeiro, um dia antes de entrar em vigor o novo reajuste nos preços das passagens de ônibus, trem e metrô, anunciado pela prefeitura e pelo Governo do Estado. No dia 9, a tarifa terá elevação percentual de 8,57%.
"Não há justificativa e nem tem como engolir este novo aumento, que é uma medida política da Prefeitura e do Governo, que serão cobrados nas ruas por esta decisão", afirmou Luíze Tavares, integrante do MPL, principal movimento organizado no país que luta pela extinção das tarifas de transportes públicos.
Nas redes sociais, estudantes secundaristas, que ocuparam escolas contra o projeto de reorganização da rede estadual de ensino, também prometem protestos contra o reajuste da tarifa. Um exemplo é o G.A.S (Grupo Autônomo Secundarista) que escreveu em sua página no Facebook : "Agora que secundarista tá organizado, se prepara pra ver trabalhador e estudante lado a lado contra a tarifa!".
Em junho de 2013 centenas de milhares de pessoas foram para as ruas em diferentes cidades. O movimento começou nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, justamente por causa de um aumento das passagens do transporte público. A pressão popular fez com que vários governos, inclusive o paulista, recuasse no aumento.
Porém em janeiro de 2015, a tarifa foi elevada para R$ 3,50 e os protestos não tiveram a mesma dimensão dos realizados em junho de 2013. "Nossa luta se mantém pela implementação da tarifa zero universal, pois entendemos que o transporte é um serviço público essencial que deve ser gratuito, assim como são a educação e saúde públicas", afirma Luíze Tavares.
Reajuste é menor que inflação, dizem Prefeitura e Governo
Em nota conjunta, a Secretaria Municipal de Transportes e a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos argumentam que o aumento é inferior à inflação. "A inflação acumulada desde o último reajuste, em 6 de janeiro de 2015, foi de 10,49%, segundo o IPC-Fipe", afirmam as pastas. "No entanto, as duas secretarias decidiram, em conjunto, fixar reajuste menor que a inflação".
A nota afirma também que "a tarifa zero permanece para pessoas com deficiência e idosos e alunos de escolas e universidades que comprovarem baixa renda. Além disso, todo estudante, da rede pública ou privada, já tem direito à meia tarifa e continuará com esse benefício". E acrescenta que "o trabalhador desempregado, usuário do transporte por ônibus no município, passará a contar com a gratuidade, em moldes similares aos praticados no transporte sobre trilhos."
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira, 30, que o aumento no preço da energia elétrica, definido pelo governo federal, causou impacto na nova tarifa de trem, metrô e ônibus em São Paulo. "Mesmo com o aumento de quase 70% no custo da energia elétrica este ano, o reajuste (da tarifa) ficou bem abaixo da inflação", disse Alckmin.