Em carta, suposto "serial killer" de GO pede chance de 'sorrir novamente'
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 27, acusado de uma série de assassinatos em Goiânia, escreveu uma nova carta tentando se defender, segundo informações do Tribunal de Justiça de Goiás. No documento, ele afirma sofrer de problemas psiquiátricos, diz que a mídia criou "um monstro" e pede uma chance de se curar e "de sorrir novamente".
Ele será levado a júri popular nesta terça-feira (16) pelo assassinato de Ana Karla Lemes da Silva, que ocorreu em 15 de dezembro de 2013. A estudante de 15 anos caminhava sozinha pelas ruas do Setor Jardim Planalto, na capital goiana, quando foi abordada.
Preso em 14 de outubro de 2014, Rocha assumiu a autoria de 39 assassinatos de mulheres, homossexuais e moradores de rua, que ocorreram entre 2011 e 2014.
'Mídia' criou 'um monstro'
Na carta, Rocha pede perdão às famílias das vítimas dos crimes dos quais é acusado e afirma que chorou "pelas vidas que se foram". Ele pede compreensão pelos traumas que carrega e diz que precisa de tratamento por ser portador de "bipolaridade, audição de vozes, raiva inexplicável, sentimento incontrolável".
Também pede à sociedade uma chance de se curar e "de sorrir novamente", e diz que na prisão não haveria tratamento e acompanhamento clínico para ele.
"Vocês veem um ser humano ou um monstro que a mídia criou?", pergunta no texto.
A carta foi entregue pela advogada do réu, Brunna Bernardes, ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que determinou que ela fosse anexada aos autos do processo.
Essa é a segunda vez que Rocha escreveu uma carta para se defender. A primeira, enviada à Justiça em maio do ano passado, dizia: "Desde o início minha meta era ser um cidadão do bem, mas inexplicavelmente as coisas tomaram outro rumo. Hoje peço perdão às famílias que vitimei e seja o que Deus quiser".
'Influência demoníaca'
Em audiência ocorrida em janeiro do ano passado, no processo pela morte de outra vítima, Rosirene Gualberto da Silva, Rocha afirmou que matava por uma "influência demoníaca".
O inquérito deste crime foi concluído no dia 21 de novembro pela Polícia Civil.
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