Ato no Rio contra reforma da Previdência termina em confronto
A manifestação contra a reforma da Previdência no Rio de Janeiro teve confronto entre mascarados e a guarda municipal (GM) na tarde desta quarta-feira (15). Perto do fim do ato, um grupo de black blocs atirou rojões num destacamento da Guarda Municipal localizado em frente à Central do Brasil, que revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Sindicalistas foram questionar a ação dos mascarados, dando início a uma discussão em meio à manifestação. Houve troca de socos.
A Guarda Municipal, então, deixou o destacamento e passou a atirar bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra manifestantes. Em resposta, a multidão passou a jogar pedras na polícia. Pelo caminho, algumas pessoas quebraram pontos de ônibus e atearam fogo a lixeiras, procurando fazer barricadas. Parte dos manifestantes retornou para a Candelária, outra parte fugiu das bombas se escondendo em uma delegacia (4ª DP) e atrás da biblioteca pública estadual.
Um grupo de mascarados correu para a Avenida Rio Branco, quebrando vidraças de agências bancárias, pontos de ônibus e ateando fogo em lixeiras pelo caminho.
Na sequência, policiais militares também começaram a atirar bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral contra os manifestantes. Por volta das 19h, o ato se dispersou. Três faixas da presidente Vargas e um trecho da Rio Branco seguem com o trânsito interrompido.
Até o incidente, milhares de manifestantes tomavam pacificamente as quatro faixas da avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. A multidão se concentrou na Candelária e caminhou até a Central do Brasil em protesto contra as reformas trabalhista e Previdenciária. Era possível ver lado a lado bandeiras da CTB, Força Sindical, Conlutas, CUT e do PSTU e PCB. Sindicatos de diversas categorias também participaram do ato, além de professores, estudantes e trabalhadores não ligados a nenhuma central sindical.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e as reformas. De acordo com a organização, 100 mil pessoas participaram do ato; a PM informou que não divulga número de manifestantes.
Reforma da Previdência é alvo de protestos pelo país
O Dia Nacional de Paralisações e Greves contra as reformas da Previdência e Trabalhista propostas pelo governo do presidente Michel Temer, registrou atos em ao menos 19 Estados e no Distrito Federal nesta quarta. Em São Paulo, Lula encerra ato de trabalhadores com críticas a reformas de Temer. Em Brasília, manifestantes estenderam uma faixa contra a reforma da Previdência no prédio do Ministério da Fazenda. Veja como foram as manifestações em outras regiões do país.
Um dos pontos mais polêmicos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 é a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem. Entenda em que pé está a reforma da Previdência.
Em discurso nesta quarta, Temer defendeu a reforma da Previdência proposta por seu governo. "Nós apresentamos, convenhamos, um caminho para salvar a Previdência do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se aposentarão amanhã. Isso, meus amigos, parece ser coisa 'será que é para tirar direitos de pessoas?'. Em primeiro lugar, não vai tirar direito de ninguém. Quem tem direito já adquirido, ainda que esteja no trabalho não vai perder nada do que tem", disse.
*Com informações da Agência Estado
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