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Greve geral: Trens e metrô operam parcialmente em SP; ônibus não circulam

Trens parados no pátio da estação Presidente Altino, na Grande São Paulo - Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo
Trens parados no pátio da estação Presidente Altino, na Grande São Paulo Imagem: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

28/04/2017 03h26Atualizada em 28/04/2017 20h31

Trens e metrô de São Paulo começaram a circular parcialmente nesta sexta-feira (28). Esses serviços estavam totalmente paralisados desde a 0h em razão da greve geral convocada para todo o país contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Os ônibus da capital paulista continuam sem circular. O rodízio municipal de veículos está suspenso e o congestionamento está abaixo da média.

Às 17h00, no metrô, três linhas tinham serviços parciais:

Linha 1-azul: opera no trecho entre as estações Saúde e Luz (sem parada na estação Sé, que está fechada).

Linha 2-verde: funciona entre as estações Ana Rosa e Vila Madalena.

Linha 5-lilás: operação total (Capão Redondo a Adolfo Pinheiro).

As linhas 3-vermelha e 15-prata seguem paralisadas.

A linha 4-amarela, operada pela empresa privada ViaQuatro e que liga as estações Luz e Butantã, está funcionando normalmente desde a madrugada. Não há, porém, integração com as demais linhas vermelha e verde do metrô nem com as linhas de trem.

Às 17h00, todas as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) continuavam operando parcialmente:

Linha 7-rubi: circulação entre as estações Luz e Pirituba.

Linha 8-diamante: trens estão circulando entre as estações Osasco e Barra Funda.

Linha 9-esmeralda: opera entre as estações Pinheiros e Jurubatuba.

Linha 10-turquesa: funciona entre as estações Brás e Tamanduateí.

Linha 11-coral: operação entre as estações Tatuapé e Luz.

Linha 12-safira: trens circulam entre as estações USP Leste e Brás.

 

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Além disso, a operação Paese também não pôde ser colocada em prática por falta de funcionários.

Em algumas regiões da cidade, como na zona oeste, há circulação de micro-ônibus de algumas cooperativas de transporte coletivo. Também há alguns ônibus intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) circulando. 

O secretário de Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, disse não haver perspectiva de retorno da circulação dos ônibus e pediu para que as pessoas se mobilizem e tentem se locomover por meio de carona. 

Aeroportos

28.abr.2017 - Manifestantes da Força Sindical e de movimentos de moradia fazem protesto no aeroporto de Congonhas durante dia de greve geral - Janaina Garcia/UOL - Janaina Garcia/UOL
Manifestantes fazem protesto no aeroporto de Congonhas e tentam atrapalhar check in
Imagem: Janaina Garcia/UOL

Os aeroportos de Congonhas e Guarulhos operam normalmente, embora com protestos em Congonhas de manifestantes da Força Sindical e de movimentos por moradia, que tentam impedir o check-in dos passageiros. Há muito policiamento no local para impedir que o atendimento fique comprometido.

"Nosso objetivo é chamar a atenção do governo de que a população não suporta e não apoia essas reformas", disse Christian Rodrigues, presidente do movimento por moradia, em Congonhas. Segundo ele, objetivo é "trancar o aeroporto".

Vias bloqueadas

Manifestantes também fizeram bloqueios, com queima de pneus, em várias vias da cidade, como nas avenidas 23 de Maio, Nove de Julho, Brigadeiro Faria Lima, São João, Sapopemba e marginal Tietê (acompanhe a situação das vias bloqueadas clicando aqui). 

No fim da tarde, eles interditaram totalmente as pistas da marginal Pinheiros no sentido Interlagos, altura da ponte Cidade Jardim, e saíram em direção à ponte Estaiada, interferindo no trânsito da região e chegando a paralisar a avenida Berrini. 

Algumas vias já foram desbloqueadas pela polícia.

28.abr.2017 - Motoristas aderem à greve geral e cruzam os braços em frente à garagem da Viação Osasco, na Grande São Paulo - Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo - Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo
Motoristas cruzam os braços em frente à garagem da Viação Osasco, na Grande SP
Imagem: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Estradas com bloqueios

Manifestantes também interditaram algumas das principais rodovias de São Paulo: Anchieta, Anhanguera, Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Cônego Domênico (acompanhe a situação das estradas bloqueadas clicando aqui).

28.abr.2017 - O presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, e sindicalistas na garagem de ônibus VIP Águia de Haia, em São Paulo - Jorge Luis Pires/Força Sindical/Divulgação - Jorge Luis Pires/Força Sindical/Divulgação
Sindicalistas durante a madrugada na garagem de ônibus VIP Águia de Haia, em SP
Imagem: Jorge Luis Pires/Força Sindical/Divulgação

Protesto na casa de Temer

No início da noite, um grupo de manifestantes partiu do Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, em direção à casa do presidente Michel Temer, no bairro Alto de Pinheiros. O imóvel foi cercado por grades e bloqueios.

Na praça Panamericana, houve confronto com Força Tática da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar o grupo. Temer não estava no local. 

A motivação da greve

A paralisação foi convocada em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Movimentos sociais, sindicatos e partidos de oposição afirmam que os projetos em tramitação no Congresso retiram direitos dos trabalhadores. Já o governo do presidente Michel Temer (PMDB) defende as medidas como forma de estimular a geração de empregos e melhorar as contas públicas.

A reforma trabalhista foi aprovada na quarta-feira (26) pela Câmara dos Deputados, mas o texto da Previdência ainda não foi votado. O Senado ainda deverá analisar os dois projetos.

Ao menos três atos estão marcados em diferentes pontos da capital paulista para esta sexta-feira. As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão um ato unificado no largo da Batata, em Pinheiros, marcado para as 17h e que tem como destino final a casa do presidente. Eles são contra as reformas trabalhistas e previdenciária. As vias que dão acesso à casa do presidente Michel Temer, no Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, serão bloqueadas, para impedir a chegada de manifestantes ao local. 

Além do das Frentes, os profissionais de educação municipal de São Paulo vão se unir a outras categorias a partir das 16h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central, também para protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista, agregando à pauta de reivindicações questões relacionadas ao Sampaprev --responsável pela previdência dos servidores municipais.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), desistiu de oferecer transporte gratuito para os servidores municipais irem ao trabalho nesta sexta.

28.abr.2017 - Painel de chegadas do Aeroporto Internacional de Guarulhos em dia de greve geral - Mirthys Bezerra/UOL - Mirthys Bezerra/UOL
Painel de chegadas do Aeroporto Internacional de Guarulhos em dia de greve geral
Imagem: Mirthys Bezerra/UOL

Governo defende reformas

Procurada, a Secretaria de comunicação da Presidência não quis comentar a mobilização. Em diversas ocasiões, Temer disse que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de empregos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que sem a reforma da Previdência o Brasil pode “quebrar”. Sobre a reforma trabalhista, Temer tem dito que é necessário modernizar as normas que regem as relações de trabalho.