"O Rio não está em guerra", diz secretário; operação na Rocinha não tem hora para acabar
O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou no começo da noite desta sexta-feira (22) que a operação das forças de segurança, com apoio de 950 homens das Forças Armadas, na Rocinha, zona sul do Rio, "não tem hora para acabar". "Estaremos lá por tempo indeterminado", afirmou ele, após reunião de seis com a chefia o Estado Maior das Forças Armadas.
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Questionado, Sá negou que o Rio de Janeiro, que registrou tiroteios em ao menos sete comunidades nesta sexta, esteja "em guerra". O secretário também negou que os conflitos em outras regiões da cidade tenham sido orquestrados.
"O Rio não está guerra. Tem uma situação de violência urbana difícil", disse ele, destacando a topografia e a existência de facções de traficantes e milícia que disputam território com uso de armamento de guerra.
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Roberto Rossatto, afirmou que a ação de militares em outras comunidades, além da Rocinha, está sendo estudada e que as Forças Armadas vão apoiar a retomada do controle da favela da Rocinha com ações na mata e nas principais vias de acesso à comunidade para que as forças de segurança estaduais atuem com mais facilidade.
Em sua fala, Sá pediu que a população volte à normalidade, o que inclui a participação no festival Rock in Rio, na zona oeste da capital.
Após atritos entre integrantes das Forças Armadas e da Segurança fluminense, Sá afirmou que a relação da PM com o Comando Militar do Leste “será cada vez melhor”. O decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB), vence em 31 de dezembro, mas, à época da assinatura, o governo federal sinalizou que ele pode ser postergado.
O comando das Forças Armadas no Rio afirmou que o objetivo é dar apoio às forças de segurança do Estado, de forma a garantir a estabilização do local. Nesta sexta, o Exército fez o cerco à Rocinha, com homens pelas vias públicas e também na vegetação ao redor.
Rossatto explicou que, embora os militares tenham sido mobilizados para cercar a comunidade, os homens do Exército entraram na Rocinha em razão das características da favela --topografia, mata densa e densidade demográfica. Segundo ele, os agentes farão reconhecimento da área, incluindo os locais de vegetação. "Foi um cerco modificado", disse o militar.
Após anúncio do ministro da Defesa, Raul Jungmann, militares das Forças Armadas e blindados entraram nesta sexta-feira (22) nos principais acessos da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, para reforçar a segurança na comunidade e apoiar a ação da Polícia Militar. Ao todo, 950 militares, além de blindados, são deslocados para a região. A comunidade vive hoje seu sexto dia violento após sofrer tentativa de invasão por traficantes rivais, no domingo (17).
Nesta sexta, a Rocinha voltou a ter confrontos e ataques a policiais. Ao menos uma pessoa foi baleada na comunidade. Após o início da disputa entre os bandos dos traficantes Nem e Rogério 157, a Rocinha tem registrado tiroteios com operações policiais diárias desde a última segunda-feira (18).
Hoje pela manhã, o tráfico voltou os ataques contra as forças de segurança na parte baixa, a mais movimentada da favela, o que levou pânico a moradores e provocou o fechamento por quase quatro horas de uma das principais ligações entre as zonas sul e oeste da capital, a autoestrada Lagoa-Barra.
Balanço
As ações realizadas desde domingo (17) por policiais da 11ª Delegacia de Polícia (Rocinha), em conjunto com policiais militares, resultaram na prisão de três pessoas, identificadas como Edson Gomes Ferreira, Wilklen Nobre Barcellos e Fabio Ribeiro França.
Quatro criminosos morreram nos confrontos, um deles era Thiago Fernandes Da Silva. Os outros três corpos ainda não foram identificados, sendo que dois deles foram encontrados carbonizados. Seis pessoas ficaram feridas e foram socorridas e encaminhados ao Hospital Miguel Couto.
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