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Justiça do Rio determina prisão de sete traficantes da favela da Rocinha

Soldados deixam a Rocinha, zona sul do Rio, após uma semana na comunidade - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Soldados deixam a Rocinha, zona sul do Rio, após uma semana na comunidade Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo*

30/09/2017 13h35Atualizada em 30/09/2017 20h37

A Justiça do Rio expediu na madrugada deste sábado (30) sete mandados de prisão preventiva contra traficantes que atuam na favela da Rocinha, na zona sul da cidade.

Eles são acusados por associação ao tráfico de drogas e pela prática de tortura contra dois adolescentes de 15 anos da comunidade na última quarta-feira (27).

Um dos mandados já foi cumprido. A Polícia Civil prendeu Carlos Alexandre da Silva, 19, no hospital Miguel Couto. Os outros seis criminosos estão sendo procurados.

A Justiça também expediu um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 15 anos pela prática de crime análogo à tortura. Ele teria participado das ações.

Os meninos capturados pelo tráfico foram torturados por cerca de uma hora, sempre com ameaças de que seriam queimados vivos. Eles foram agredidos e tiveram a pele queimada por óleo quente.

A suspeita é a de que os adolescentes teriam sido confundidos com inimigos. O ato de tortura só acabou porque os criminosos saíram correndo com medo da polícia chegar até o local.

O pai de um dos torturados, que agrediu por vingança Silva, também foi preso. Fabrício Manhães, que é guardião de piscina e mora no morro, argumentou que teria vingado o filho.

Ele negou que o filho tivesse qualquer envolvimento com o tráfico. "Ele é trabalhador, não tinha vínculo com nada, com Nem, com Rogério. Fui atrás do meu prejuízo. Amarraram meu filho para matar, meu filho não é bandido. Derramaram o sangue da minha família. Pode ser até o papa, mas eu vou atrás", disse, enquanto era levado à delegacia da Rocinha. Ele foi autuado por tentativa de homicídio.

Guerra

A Rocinha vive uma guerra entre traficantes que disputam o controle de venda de drogas. Os líderes rivais são os traficantes Rogério Avelino, o Rogério 157, atual "dono" do morro, e Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está preso em um presídio de segurança máxima no Norte do país.

As Forças Armadas foram chamadas para auxiliar a Polícia Militar há uma semana. Nesta sexta-feira (29), eles deixaram o morro.

Ao todo, na operação já foram expedidos 62 mandados de prisão contra traficantes. Desses, 12 já foram cumpridos pela polícia.

* Com informações da Agência Estado.