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RS: esquartejamento de duas crianças teria sido ritual encomendado a 'bruxo', diz polícia

Imagem do templo em Gravataí (RS) onde duas crianças teriam sido esquartejadas em setembro de 2017 - Polícia Civil/RS
Imagem do templo em Gravataí (RS) onde duas crianças teriam sido esquartejadas em setembro de 2017 Imagem: Polícia Civil/RS

Luciano Nagel

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

06/01/2018 21h47

A Polícia Civil de Novo Hamburgo (RS) afirmou nessa sexta-feira (05) que o esquartejamento de duas crianças, entre 8 e 12 anos, ocorrido em setembro do ano passado, ocorreu durante um ritual satânico encomendado ao líder de uma seita satânica por dois homens que residem na cidade gaúcha, na região do Vale do Sinos, a cerca de 50 km de Porto Alegre. A informação é do delegado Moacir Fermino, que investiga o caso.

“Eles teriam pago ao ‘bruxo’ R$ 25 mil, e o sacrifício humano teria ocorrido em um templo no interior do município de Gravataí, em Morungava na região metropolitana de Porto Alegre”, disse o policial. O objetivo da magia seria a ascensão imobiliária de seus supostos clientes. O ‘bruxo’ e um dos homens que pagaram pelo ritual já estão presos. O outro segue procurado pela polícia.

O delegado Fermino disse ainda acreditar que as crianças esquartejadas seriam argentinas. “A polícia já desconfiava que pudessem ser estrangeiros já que não foram localizados nos bancos de dados do Brasil os DNAs das vítimas”, afirmou.

A hipótese ganhou mais força após a identificação dos suspeitos presos levar a investigação até um homem nascido na Argentina, que também está sob investigação. A polícia não descarta que as crianças, um menino e uma menina, possam ter sidas sequestradas ou vendidas para o Brasil. A partir de agora, peritos especialistas em genoma serão consultados para avaliar o DNA com mais precisão.

Fachada de um templos em Gravataí (RS) onde duas crianças teriam sido esquartejadas em setembro de 2017 - Andreo Fischer/Divulgação - Andreo Fischer/Divulgação
Fachada do templo em Gravataí (RS)
Imagem: Andreo Fischer/Divulgação
Para a Polícia Civil, um dos presos é considerado referência na América Latina em termos de bruxaria e magia negra. O suspeito, em depoimento à polícia, afirmou ser líder de uma seita satânica se intitulando como “mestre e bruxo”. Ele ainda disse aos policiais que teria feito um pacto com o diabo, no entanto negou qualquer sacrífico humano.

A prisão dos suspeitos ocorreu em sigilo por agentes da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo no dia 27 de dezembro. O caso foi divulgado na imprensa apenas uma semana após as detenções.

Os suspeitos responderão pelos crimes de homicídio e tortura.

Relembre o caso

O inquérito policial foi instaurado no início de setembro do ano passado, após várias partes de membros humanos (pés, pernas, tórax, braços e mãos) serem encontrados, por um catador de lixo, dentro de sacolas plásticas às margens de uma estrada no interior do município de Novo Hamburgo, no bairro rural de Lomba Grande.

O que mais chamou a atenção da polícia foi a ausência das cabeças das vítimas que nunca foram encontradas.