Soldado baleado na Rocinha é o 10º PM morto em 2018 no Rio
O soldado Thiago Chaves da Silva, da PM (Polícia Militar) do Rio de Janeiro, morreu por volta das 22h30 desta quinta-feira (25), internado no Hospital Miguel Couto, no Leblon, zona sul da capital fluminense.
Ele foi um dos PMs atingidos no confronto que ocorreu na manhã de quinta-feira na favela da Rocinha, também na zona sul. Ele foi atingido no abdômen. Um segundo PM também foi ferido, na perna, e não corre risco de morrer.
Segundo a PM, Silva é o 10º policial militar morto no Estado neste ano. Outros três homens, suspeitos de trocarem tiros com os policiais, também foram baleados. Os três e um quarto suspeito foram detidos. Ao longo de 2017, 137 PMs foram assassinados no Rio.
O tiroteio ocorreu durante uma operação da polícia que terminou na apreensão de sete fuzis. De acordo com um levantamento do aplicativo Fogo Cruzado publicado no começo desta semana, o Estado do Rio registrou 5.994 tiroteios ao longo do ano de 2017 --uma média de 16 trocas de tiros por dia.
Moradores da favela da Rocinha, que teve o chefe do tráfico, Rogério 157, preso em dezembro, relatam que o local está dividido entre facções rivais e temem uma nova investida de traficantes da ADA (Amigo dos Amigos), como a que desencadeou em setembro a crise de segurança que mobilizou quase mil homens das Forças Armadas.
Com chefe "interino" do tráfico e dividida entre facções, Rocinha teme nova invasão. Após a prisão de 157, o crime organizado na maior favela da zona sul não demorou nem 24 horas para nomear um novo chefe do tráfico. José Carlos de Souza Silva, conhecido como Gênio, assumiu o posto provisoriamente e, segundo policiais e moradores, continua atualmente à frente do tráfico da comunidade.
Assim como 157, ele pertencia à ADA, mas migrou para o CV (Comando Vermelho) após o racha entre 157 e o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso em Rondônia, que tentou retomar o comando do crime da Rocinha no ano passado. Segundo a polícia, Gênio tinha a confiança de 157 e a rápida indicação demonstra a intenção de não permitir que o grupo fique sem comando, assim como tentar evitar que a ADA retome o território.
Uma possível invasão de traficantes rivais deixa os moradores apreensivos. A reportagem do UOL esteve na comunidade três vezes entre o final de dezembro e os primeiros dias de janeiro. Moradores relataram indícios de que criminosos se preparam para um possível conflito.
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