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Ministro anuncia liberação imediata de R$ 10 mi para museu destruído por incêndio

03.set.2018 - Imagem do interior do museu após o incêndio; meteorito Bendegó (foto) resistiu ao fogo - Reprodução/TV UOL
03.set.2018 - Imagem do interior do museu após o incêndio; meteorito Bendegó (foto) resistiu ao fogo Imagem: Reprodução/TV UOL

Gabriel Sabóia e Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

03/09/2018 18h01Atualizada em 03/09/2018 19h12

O ministro Educação, Rossieli Soares, anunciou no final da tarde desta segunda-feira (3) o aporte imediato de R$ 10 milhões para a UFRJ, que deve ser aplicado na "recuperação, no patrimônio, na investigação das causas que levaram ao incêndio do Museu Nacional". Outros R$ 5 milhões devem ser liberados posteriormente --a cifra será empregada nos projetos de reconstrução do prédio do museu.

O aporte imediato será empregado, segundo o ministro, para segurança do patrimônio, cercamento da área do museu, reforço de infraestrutura e cobertura para proteção do prédio destruído.

Soares também anunciou a criação de um comitê executivo que vai acompanhar o trabalho de recuperação do museu. "O trabalho vai unir pessoas de várias pastas, como a Casa Civil, a Educação e o Planejamento. Além da UFRJ, é claro", disse. A ideia é de que todos os ministérios estejam juntos da universidade nesse trabalho.

Rossieli estima que a recuperação do prédio levará, no mínimo, de três a quatro anos. A recomposição do acervo ocorrerá em paralelo --o acervo poderá ser exibido em outro local, mas isso não foi discutido entre a UFRJ e o governo federal.

Segundo o ministro da Educação, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) estima que levará um ano só para fazer o projeto executivo de recuperação do prédio. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou que a obra começa entre o fim de 2019 e começo de 2020.

Sá Leitão também disse que parte desse restauro pode ser feita via Lei Rouanet. "Recebi contatos hoje da TIM e do banco Iguatu, na tarde de hoje. O presidente Michel Temer disse ter recebido contato da Febraban [Federação Brasileira de Bancos]. Entidades que já se prontificaram a custear parte desses valores via Lei Rouanet. Seria uma boa saída", concluiu.

Rossieli informou ainda que foi feito contato com o interventor para que a polícia reforce a segurança do prédio a fim de evitar furtos.

O ministro da Educação disse que o governo buscará dinheiro e acervo no exterior para recompor a instituição. Foi acertada a vinda de dois especialistas que já atuaram em recuperação de museus afetados por guerras.

"O acervo que foi perdido não se recupera, mas faremos aquisição de novos acervos que possam substituir o que se perdeu. São itens semelhantes aos perdidos ou até mais importantes", afirmou Sá Leitão.

Questionado em relação à redução de investimentos no museu e na UFRJ nos últimos anos, o ministro dividiu as responsabilidades. "No momento de maior concentração de riquezas, o dinheiro não foi para o museu. A culpa não é dessa ou daquela gestão. Vamos pensar no macro, na recuperação do museu."