Topo

Engenheiros vão usar macaco hidráulico para reerguer viaduto que cedeu na marginal Pinheiros

Guilhreme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

19/11/2018 16h11

Para evitar o desabamento do viaduto que cedeu cerca de dois metros e provocou o fechamento da pista expressa da marginal Pinheiros, uma das mais importantes vias da capital paulista, engenheiros pretendem usar um macaco hidráulico para reerguer a estrutura. 

Técnicos da prefeitura cavaram cerca de 9 metros para fazer a instalação de 10 estancas que servirão de base para o viaduto. As obras ainda estão na fase subterrânea, sem partes expostas fora do solo. E, até agora, apenas duas das 10 estacas foram instaladas.

Após essa fase, será a vez da instalação do macaco hidráulico de 500 toneladas, que ajudará a reerguer parte do viaduto que cedeu e tirar a pressão do pilar danificado.

Veja também: 

As obras no local ajudarão a sustentar a estrutura. O viaduto tem 550 metros de extensão. Dessa distância, 200 metros foram afetados pela rachadura, dos quais 120 estão escorados por vigas.
O secretário de Obras, Vitor Aly, explica que, em alguns pontos, as vigas podem chegar a 18 metros de profundidade. Após a perfuração é feito a concretagem para suportar a via. Isso porque o terreno tem partes de argila e mais mole.

    Aly informou que ainda não há previsão de prazos ou custos da recuperação do viaduto, mas disse que o objetivo é preservar ao máximo a estrutura já existente para minimizar os transtornos à população. "A estrutura já está lá. Se conseguirmos recuperar, será mais breve do que tendo que remover e fazer outra obra. Todas as técnicas da engenharia foram utilizadas. A partir de hoje vamos começar a pensar como vamos recuperar."

    Em sua primeira visita técnica ao local, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), voltou a ressaltar que não há prazo para que seja reaberta a pista expressa da marginal Pinheiros. A interdição de cerca de 20 km, no sentido Castelo Branco, vai da ponte Transamérica até a ponte do Jaguaré.  

    "Toda ação feita agora é para que a gente possa ter um diagnóstico claro do que foi que aconteceu, qual é o tamanho da avaria por conta desse incidente e aí, sim, identificar o que pode ser feito", disse o prefeito Bruno Covas, que, na manhã desta segunda, assinou um decreto que prevê a criação de um "comitê de crise".

    Durante o tempo do bloqueio de 20 km da via, será feito o recapeamento do local, como informou Covas.

    Projeto de viaduto perdido

    O secretário Vitor Aly disse que a busca pelo projeto original de construção será intensificado na quarta-feira (21), quando acaba o feriado prolongado em São Paulo e o trânsito deve ser intenso na região. O documento está vinculado à secretaria Estadual de Logística e Transporte, responsável pela construção.

    Segundo a Prefeitura de São Paulo, o projeto original foi feito pela Fepasa (Ferrovia Paulista SA), do governo do Estado, e a obra foi executada pela empreiteira CBPO - que pertence ao grupo Odebrecht. Mas, segundo a Odebrecht, até o momento, a empresa não identificou registros de que construiu o trecho que cedeu.

    "Gente, nós estamos na prefeitura de São Paulo, pedindo um favor para os colegas do Estado. Eles estão fazendo os maiores esforços. O que acontece é que as vezes a gente consegue o diretor, às vezes você não consegue o cara que tem a chave do almoxarifado", disse ao ser questionado sobre a urgência de localizar os documentos do projeto.

    "Falamos com ele [secretario estadual de Transporte Mario Mondolfo], agora há pouco, e ele me pediu até quarta-feira (21), porque é feriado prolongado em São Paulo. Então, na quarta-feira, logo cedo, ele vai determinar uma busca no DER", disse Aly. 

    O projeto original do viaduto ajudaria a saber tecnicamente como a obra foi construída, os materiais utilizados, características do solo. Essas informações abreviariam o trabalho de identificação do problema e procedimentos a serem adotados no local. Mas, segundo o secretário, mesmo que o documento não seja encontrado não tende a atrapalhar as obras de revitalização. "Mesmo que leve uns dias, podemos estudar a estrutura."