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Congestionamento em São Paulo ficou abaixo do esperado, diz Bruno Covas

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

21/11/2018 09h14Atualizada em 21/11/2018 12h50

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou na manhã desta quarta-feira (21) que o trânsito na cidade ficou abaixo do esperado no "primeiro dia normal", após a interdição por tempo indeterminado de cerca de 10 km da via expressa da marginal Pinheiros, na zona oeste, causada pelo trecho do viaduto que cedeu na madrugada do dia 15 de novembro.

"O trânsito hoje na cidade de São Paulo está 20% acima do limite histórico. A nossa expectativa é de que ficasse 30% acima", disse o prefeito por volta das 8h30.

O pico de congestionamento na cidade nesta manhã foi registrado às 9h, quando o índice ficou em 153 km de lentidão, quando a média para o horário é de 92 km a 122 km, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O recorde para o período da manhã é do dia 6 de agosto, quando atingiu 208 km de congestionamento.

Entre 9h30 e 11h30, o congestionamento ficou dentro da média, mas às 12h, o congestionamento voltou a ficar acima da média para o horário. A cidade registrava 49 km de lentidão, quando a média é de 24 km a 46 km.

Covas afirmou que a intervenção operacional dos técnicos da prefeitura na região associada à colaboração da população possibilitou que o fluxo de carros ficasse abaixo do esperado.
"As pessoas buscaram rotas alternativas, elas se informaram pela imprensa e pelo site da prefeitura. Muitas pessoas deixaram o carro em casa e buscaram alternativas no transporte público".

O prefeito trabalha desde o começo da manhã na central de operações da CET para acompanhar o trânsito e o transporte público no retorno da cidade a um dia útil após os feriados prolongados da Proclamação da República e da Consciência Negra.

Covas (PSDB) afirmou também que ainda não há prazo para a recuperação do trecho do viaduto que cedeu na marginal Pinheiros. "Ainda não há nenhuma novidade em relação a prazos e qual remediação será feita para que possamos devolver o viaduto à população."

Reunião com aplicativos

Covas tem uma reunião marcada para esta tarde com representantes de aplicativos de transporte individual, como Uber e 99. O objetivo, segundo ele, é chegar a um acordo para baixar tarifas e assim incentivar os motoristas a deixarem seus carros em casa.

"Vamos ver se a gente consegue, junto com eles, tentar criar alguma tarifa específica para esse período", declarou.

Questionado pelo UOL sobre qual proposta a prefeitura vai apresentar aos aplicativos de transporte para reduzam suas tarifas, Covas disse apenas que o assunto seria tocado pelo secretário de Mobilidade e Transportes, João Octaviano Machado. "Ele é quem vai se reunir com os aplicativos".

Por sua vez, Machado admitiu que a prefeitura ainda não tem uma proposta a fazer. "Nós vamos fazer a reunião justamente para entender o que é possível ser feito, quais as limitações deles".

Até o momento não foram divulgados o horário e o local da reunião, prevista para ser realizada ainda nesta quarta.

Contrato emergencial

De acordo com o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), a prefeitura deveria ter criado no ano de 2007 um programa de manutenção de pontes e viadutos, o que não foi realizado. O acordo firmado pelos dois órgãos determina o pagamento de multa de R$ 34 milhões pelo descumprimento.

"A gente conversa com o MP desde o ano passado. Mostramos a necessidade de contratação de uma empresa para fazer um laudo estrutural das 33 pontes e viadutos considerados prioritários. A ação é necessária não apenas para cumprir o acordo, mas para dar soluções definitivas. A licitação que está sendo trabalhada vai além do que foi acordado em 2007", afirmou o prefeito.

Covas também disse que se reunirá com representantes do TCM (Tribunal de Contas do Município de São Paulo) para verificar a possibilidade de uma contratação emergencial da empresa que fará o laudo estrutural de um total de 185 pontes e viadutos da capital paulista.

"Nós temos recursos em caixa para fazer isso. Se ficar um valor muito exorbitante, vamos buscar ajuda dos governos estadual e federal".

O viaduto, que cedeu cerca de 2 metros, tem mais de 500 m de extensão, e 200 m dele foram afetados pelo colapso parcial. Fica junto ao parque Villa-Lobos, a cerca de 500 m da ponte do Jaguaré, na zona oeste da capital paulista, e é rota de acesso à rodovia Castelo Branco (SP-280), principal ligação da Grande São Paulo com o interior paulista, e à marginal Tietê.

Inaugurado há 40 anos, em outubro de 1978, com a promessa de encurtar a distância de motoristas entre as marginais e eliminar gargalo de congestionamentos, o viaduto feito de concreto protendido (com resistência adicional em relação ao concreto comum), dispõe de cinco faixas de tráfego e, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 1.500 veículos circulavam em cada uma delas por hora.

Após o acidente, 20 km da pista expressa da marginal Pinheiros chegaram a ser interditados. Desde segunda-feira (19), o bloqueio da via expressa caiu para 10 km, entre a ponte Eusébio Matoso e o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, nas cercanias do local do acidente. Não há previsão para o fim dessa interdição.