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Israel defende tecnologia em Brumadinho: Ajudamos a tirar 15 corpos da lama

Talita Marchao

Do UOL, em São Paulo

28/01/2019 20h06Atualizada em 29/01/2019 15h15

Após crítica do tenente-coronel Eduardo Angelo, que declarou e os equipamentos trazidos por Israel "não são efetivos para esse tipo de desastre", o embaixador israelense no Brasil , Yossi Shelley, defendeu a efetividade da tecnologia empregada em Brumadinho (MG).

"Começamos os trabalhos hoje cedo e até agora ajudamos a resgatar 15 corpos na lama. Não viemos disputar quem é mais forte. Queremos ajudar as famílias, o calor do corpo é o calor da terra. Então nesse caso não funciona. Mas trouxemos, por exemplo, um sonar que pode detectar o corpo, fazer imagem dos corpos na lama", rebateu o diplomata.

Segundo Shelley, o sonar chegou a ser usado nesta segunda-feira. Em entrevista coletiva, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, contradisse a informação. Segundo ele, as equipes ainda estão estudando a melhor forma de empregar os equipamentos trazidos por Israel, já que ele seria mais útil em áreas em que os corpos estariam em maior profundidade na lama.

"[Os equipamentos] oferecem, sim, recursos positivos ao trabalho dos bombeiros. Todavia, é necessária alguma adaptação às condições que eles estão acostumados a trabalhar", disse. De acordo com Aihara, fatores como a diferença de topografia e a condição da lama, que não permite grandes deslocamentos dos esquipamentos, contribuíram para a dificuldade na utilização desses maquinários.

Os 136 militares israelenses chegaram ao Brasil na noite de ontem e iniciaram os trabalhos de localização e resgate nesta segunda-feira (28) pelas áreas com maior potencial de localizar sobreviventes.

Militares do Exército de Israel estão auxiliando os bombeiros nas buscas em Brumadinho - Israel Defense Forces - Israel Defense Forces
Imagem: Israel Defense Forces

O último balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros afirma que 65 pessoas morreram e 31 pessoas foram identificadas --o número de mortos é atualizado conforme as vítimas são levadas para o Instituto Médico Legal (IML), por isso não há informações sobre se os 15 corpos que o embaixador diz que foram resgatados estão na contagem oficial.

"Estamos todos trabalhando juntos com os bombeiros, com a polícia, com o Exército. Queremos acabar as buscas rapidamente. Ficamos tristes em escutar esse tipo de bobagem de pessoas com raiva", afirmou o embaixador

Segundo as Forças de Defesa Israelenses, o grupo deu apoio no resgate de corpos que estavam dentro de um ônibus soterrado na região da mina Córrego do Feijão. Entretanto, mais trabalhos não foram realizados na área da barragem colapsada --a delegação avaliou que a área é perigosa e exige um mapeamento adicional para dar maior segurança às operações de resgate.