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Relatórios indicam que esfaqueador de Bolsonaro tem problemas mentais

Marcela Leite

Do UOL, em São Paulo

06/03/2019 21h02

Seis meses depois da facada que atingiu Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial em Juiz de Fora (MG), o Ministério Público Federal de Minas Gerais afirmou que laudos produzidos pelo Estado e pela defesa mostram que Adelio Bispo de Oliveira, o agressor, tem problemas mentais.

De acordo com reportagem do SBT hoje, a Justiça decidirá se condena ou não Adelio após outra avaliação psicológica. Se comprovados os transtornos mentais, Adelio pode ser encaminhado a tratamento psiquiátrico.

Além da ação penal, Adelio está na mira de duas investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. No primeiro inquérito, concluiu-se que ele agiu sozinho. O segundo investiga se o atentado tem ligação com facção criminosa ou com organização política, como o PSOL, partido ao qual o homem era filiado.

Na semana passada, Bolsonaro disse que teve acesso a áudios obtidos por setores de Inteligência que mostrariam interesse do PCC em relação ao atentado. Ele disse esperar que novas informações sejam descobertas sobre o esfaqueador com investigações e análises do imposto de renda do suspeito - que poderiam demonstrar se houve financiador do ato.

Segundo o advogado de Adelio, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, o cliente diz que agiu sozinho e por "ordem divina". "Ele disse que Deus falou com ele e se coloca como super-herói, como herói do Brasil", conta.

Outra polêmica envolvendo o caso Adelio é quem pagou a defesa do homem, já que o nome do contratante não foi divulgado pelo advogado nem encontrado pela Justiça, mesmo após investigação.

Em entrevista ao SBT, Zanone disse que um conhecido de Adelio se ofereceu para pagar os custos da defesa -- R$ 300 mil. Até o momento, no entanto, o advogado diz só ter recebido R$ 5.000. 

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.