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Mulher é condenada por matar jovem grávida de 15 anos para pegar o bebê

Mirian Aparecida Siqueira foi condenada por matar grávida e arrancar feto - Reprodução/TV Record
Mirian Aparecida Siqueira foi condenada por matar grávida e arrancar feto Imagem: Reprodução/TV Record

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto

28/06/2019 13h44

A Justiça de Pitangueiras (SP), a 360 km de São Paulo, condenou a 34 anos e seis meses de prisão a dona de casa acusada de matar, em 2016, uma adolescente de 15 anos que estava grávida de oito meses para ficar com o bebê dela.

Mirian Aparecida Siqueira foi condenada por homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, dissimulação e meio cruel. Além disso, também foi condenada por ocultação de cadáver e fraude processual. Ela segue presa em Tremembé (a 145 km da capital), e a defesa estuda se irá recorrer da decisão.

Segundo a polícia, a adolescente Valíssia Fernandes de Jesus foi atraída à casa de Mirian sob o pretexto de receber doações de roupas para o bebê. Após abordar a jovem na rua, Mirian convidou a menor para que passasse em sua casa para pegar parte do enxoval.

Valissia Fernandes - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Valissia tinha 15 anos quando foi assassinada
Imagem: Reprodução/Facebook
Na residência, Valíssia chegou a ser vista por Mateus Cardoso, companheiro de Mirian. Ele deixou as duas mulheres no local e disse que voltaria em breve. Minutos depois, ao regressar, encontrou Mirian na esquina da rua onde morava, com a roupa suja de sangue e gritando.

Ao entrar na casa, Mateus encontrou o corpo de Valíssia em um tambor de lixo. O corpo do bebê estava no banheiro da casa. Ele chamou a polícia e, ao sair para encontrar a companheira, percebeu que ela já tinha desaparecido. Mirian acabou se entregando à polícia dois dias depois. Ela foi presa e, desde então, aguardava pelo julgamento na cadeira de Tremembé, para onde voltou e seguirá cumprindo pena.

Família queria pena maior

Segundo Hélida Oliveira, irmã de Valíssia, a família esperava uma condenação deveria ser maior. "A justiça foi feita, mas a gente queria mais. A condenação de 34 anos foi muito pouco pelo que ela fez", disse.

Ela afirma que o bebê já tinha nome: Katherine. "A família estava ansiosa pela chegada dela. A gravidez não foi desejada, ela tinha tomado a pílula do dia seguinte e não funcionou, mas a criança era muito bem-vinda. Compramos todo o enxoval, acompanhamos nas consultas, fazíamos as escolhas junto. Tanto minha irmã quanto a bebê eram muito amadas."

Hélida afirmou que todos os familiares ficaram muito abalados durante o julgamento. "A gente não podia fazer nada. Minha mãe chorou bastante, ficou emocionada. A mãe da minha prima está à base de remédio. Nossa família foi devastada, mas pelo menos a condenação aplacou um pouco isso". Na página em homenagem à vítima, foi postada uma imagem com um sapato que foi comprado para a bebê.

Defesa e acusação estudam recurso

Segundo o advogado William Rafael Gimenez, responsável pela defesa de Mirian, a defesa estuda se haverá recurso à decisão do Tribunal do Júri.

"Evidentemente, que o Conselho de Sentença que compõe o Tribunal do júri é composto por membros da sociedade e a sociedade deu a resposta que entendeu por bem. Resposta que respeitamos profundamente, mas entendemos que houve excesso de acusação e também que a premeditação sustentada pela acusação não encontra respaldo na prova dos autos", disse.

Já o promotor de Justiça Leonardo Bellini afirmou que estuda se tentará aumentar a pena. "Foram aplicadas penas mínimas para os crimes de ocultação de cadáver, fraude processual e aborto. Ainda estamos definindo, mas acredito que tentaremos majorar essas penas."

Condenada fingiu gravidez e precisava do bebê

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