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Sem ficha criminal, sequestrador de ônibus tinha perfil psicótico, diz Bope

Pauline de Almeida

Colaboração para o UOL, no Rio

20/08/2019 12h50Atualizada em 20/08/2019 20h38

O homem que sequestrou um ônibus e fez 39 reféns na manhã de hoje na ponte Rio-Niterói foi identificado pela Polícia Militar como Willian Augusto da Silva, de 20 anos. O homem morreu após ser baleado por um sniper da Polícia Militar.

Morador de São Gonçalo (região metropolitana do Rio), o criminoso não tinha antecedentes criminais, segundo informou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Ele estaria em surto durante o sequestro e apresentava perfil psicótico.

"Tínhamos psicólogos no local, que avaliaram que o sequestrador tinha perfil psicótico, tinha altos e baixos. A negociação passou a ser tática, voltada para preservar vidas. A partir daí, foi tomada decisão e efetuado disparo", disse o tenente-coronel Maurílio Nunes, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PM do Rio.

Witzel esteve na ponte após o sequestrador ser baleado e disse que conversou com parentes de Silva.

"Um dos familiares dele me pediu desculpas. Eu falei: 'O senhor não precisa me pedir desculpa de nada'. Ele queria pedir desculpa e pediu a toda sociedade, pediu desculpas aos reféns, disse que alguma coisa falhou na criação", relatou.

Por volta das 12h30, em entrevista à imprensa no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, Witzel disse ter falado com a mãe do criminoso. "A mãe está muito abalada, se perguntando onde ela errou."

Witzel ainda declarou que vai prestar apoio não só às famílias dos reféns como também do sequestrador.

A Polícia Militar confirmou que Silva chegou ao hospital com quadro de parada cardiorrespiratória e não resistiu aos ferimentos.

Sequestro causou caos no Rio e região metropolitana

Willian Augusto da Silva anunciou o sequestro por volta das 5h30 desta terça-feira (20) e fez reféns que estavam em um ônibus da Viação Galo Branco. A linha fazia o trajeto entre o Jardim Alcântara, em São Gonçalo, região metropolitana, e o bairro do Estácio, no centro do Rio. Nenhum refém ficou ferido na ação.

Silva espalhou garrafas com gasolina e ameaçou incendiar o veículo. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, ele estaria armado com um revólver, uma arma de choque e uma faca. Já a Polícia Militar informou que o revólver seria de brinquedo.

O sequestro durou mais de três horas. Antes de o criminoso ser baleado por um sniper, seis reféns haviam sido liberados, entre eles, estava uma mulher que chegou a desmaiar.

Pouco depois das 9h, o sniper que estava posicionado sobre um carro do Corpo de Bombeiros fez vários disparos e atingiu Silva, dando fim à ação.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado na matéria, o sequestrador não tinha uma pistola 38, mas sim um revólver 38. A informação foi corrigida.
No final da manhã de hoje, o porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, informou que Willian Augusto da Silva seria vigilante. No início da tarde, o policial disse que a profissão não estava confirmada. A informação foi retirada da reportagem.