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Caso Ághata: laudo da reconstituição da morte deve sair em até 30 dias

A menina Ághata, 8, morta com tiro de fuzil - Reprodução
A menina Ághata, 8, morta com tiro de fuzil Imagem: Reprodução

Pauline Almeida

Colaboração para o UOL, do Rio de Janeiro

01/10/2019 23h47

O laudo da reconstituição da morte de Ághata Félix deve sair em até 30 dias, informou o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa do Rio (DGHPP), Antônio Ricardo.

A expectativa é que o resultado responda de que arma saiu o tiro que assassinou a garotinha de oito anos, baleada dentro de uma Kombi no Complexo do Alemão, no dia 20 de setembro.

A reprodução simulada começou efetivamente hoje por volta das 18h30 e seguiu até 22h15, após um grande esquema de segurança montado, com a presença de 70 policiais e três veículos blindados, os caveirões.

A maneira como ela foi conduzida aponta perguntas que a Polícia Civil tenta responder: uma moto realmente passou com criminosos disparando contra a equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, como foram os disparos efetuados pelos policiais, o projétil primeiro atingiu um poste e depois resvalou em Ághata?

A surpresa da noite foi a presença de dois policiais militares da UPP Fazendinha, que participaram da ocorrência e decidiram dar sua versão dos fatos. Mais cedo, no início dos trabalhos, o diretor do DGHPP, Antônio Ricardo, havia dito que nenhum dos 11 PMs ouvidos em depoimento estariam presentes, mesmo ainda tidos apenas como testemunhas.

Encapuzados para terem a identidade preservada, os dois policiais pareceram indicar que estavam atrás de um poste quando tudo aconteceu. Enquanto isso, uma moto era movimentada para simular os criminosos que supostamente dispararam contra a equipe.

"Passou uma moto, inclusive essa moto, segundo os policiais, o garupa passou atirando na guarnição que estava aqui no momento da ocorrência. Os policiais teriam feito o disparo para revidar esse ataque", relatou Ricardo sobre o que foi apresentado pelos PMs, porém, não deu detalhes a respeito da versão dos demais ouvidos.

O motorista da Kombi, por exemplo, nega a existência de um confronto assim como familiares da vítima. Outras seis testemunhas participaram da reconstituição hoje, incluindo este condutor da Kombi e uma parente de Ághata Félix. A mãe da vítima, Vanessa Sales, teve uma crise de pressão e não conseguiu estar presente, ainda muito abalada.

Representando a família, o advogado Rodrigo Mondego, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, acompanhou toda a reprodução e espera a resposta de onde partiu o disparo que matou Ághata.

"A gente acha que transcorreu tudo da maneira correta. Conseguimos preservar a família e as testemunhas, preservar a identificação, o que era uma preocupação delas e nossa", avaliou.

Sobre a investigação, Mondego acredita que a Polícia Civil está tratando o caso com celeridade e que os laudos da criminalística são importantes para auxiliar nas respostas. Além do resultado da reconstituição, aguarda-se o da perícia feita na Kombi, que deve sair nos próximos dias.

"Nós estamos apurando o que aconteceu, estamos tentando chegar à verdade dos fatos. Então, ouvindo as testemunhas e de acordo com a perícia, nós vamos chegar a essa conclusão", prometeu o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), Antônio Ricardo.

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