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Gêmeas siamesas morrem no hospital seis dias após nascimento em Goiânia

Gêmeas siamesas nasceram unidas pelo tórax, abdômen e coração - Arquivo Pessoal/Zacharias Calil
Gêmeas siamesas nasceram unidas pelo tórax, abdômen e coração Imagem: Arquivo Pessoal/Zacharias Calil

Bruna Alves

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/10/2019 11h34

Gêmeas siamesas que nasceram na última quinta-feira (26), unidas pelo tórax, abdômen e compartilhando o coração, morreram na tarde de ontem (2), em Goiânia. Em nota, o Hospital Estadual Materno Infantil Jurandir Nascimento (HMI), onde as duas irmãs estavam internadas, informou que a causa da morte foi a má formação cardíaca.

As gêmeas nasceram com 34 semanas e, juntas, pesavam 3,4 kg. Elas estavam internadas desde o nascimento na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do hospital.

A mãe das meninas, que mora na Bahia, havia sido transferida para o hospital goiano para dar à luz. O velório será na cidade natal da família.

Médico responsável pelo parto e acompanhamento inicial das meninas, o cirurgião pediátrico Zacharias Calil já havia dito que se tratava de um caso muito complexo e que, devido à má formação cardíaca de uma das gêmeas, não seria possível uma cirurgia de separação.

De acordo com o cirurgião pediátrico, além dos corações dos bebês estarem colados, o ventrículo de uma das gêmeas não desenvolveu.

Inicialmente, o quadro clínico das meninas era estável, apesar das várias más formações. Após o nascimento, elas foram para a UTI Neonatal.

"Geralmente os cinco primeiros dias são cruciais. Como elas tinham um coração único e um ventrículo bem pouco desenvolvido, sobrecarregou o coração da outra, e com essa sobrecarga, não sobrevive - porque o coração é muito pequeno e ele não tem força para se manter sozinho", explicou o médico.

Desde 2000, foram registrados 41 nascimentos de gêmeos siameses no Hospital Materno Infantil (HMI), que já realizou 18 procedimentos de separação.