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Mãe é suspeita de matar filho após ele recusar limpar a casa, diz polícia

Delegacia de Santa Helena de Goiás - Polícia Civil/Divulgação
Delegacia de Santa Helena de Goiás Imagem: Polícia Civil/Divulgação

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Ponta Grossa

15/11/2019 16h48

Uma mulher de 29 anos foi presa em Santa Helena de Goiás (a 207 quilômetros de Goiânia) suspeita de matar por asfixia o filho de 6 anos. Segundo a Polícia Civil, em depoimento, a mãe contou que entrou em um "momento de fúria" depois que a vítima se recusou a limpar a casa. O assassinato aconteceu na manhã de ontem.

As investigações indicam que a mulher acordou o filho por volta de 5h e pediu para que limpasse a casa. Ao recusar, o menino sofreu agressão com um cinto e correu para o quintal. Nos fundos da casa, a mãe teria o executado. A própria suspeita acionou a PM (Polícia Militar) por volta das 9h30.

"Ela confessou a execução do próprio filho. Ele foi encontrado no quintal, com sinais de asfixia e hematomas", disse o delegado Danillo Proto, que comanda o inquérito.

Quando a PM chegou à residência, a mulher amamentava outro filho, um bebê. Após matar a vítima, ela ainda colocou fogo nos objetos, nas roupas e nos documentos pessoais do garoto. A frieza no depoimento da suspeita chamou a atenção das autoridades que acompanham o caso.

"Segundo ela, estava em um momento de fúria e raiva e, diante disso, tomou a iniciativa de executar o filho. Ela é uma pessoa extremamente fria. (...) A casa estava muito bagunçada. Ela, inclusive, ateou fogo nos objetos da criança e nos documentos. Segundo ela, porque já tinha matado. Em alguns momentos, não fala coisa com coisa", contou o delegado.

A mulher passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás no mesmo dia. O bebê foi encaminhado ao Conselho Tutelar de Santa Helena de Goiás, que o colocou em um abrigo porque nenhum parente apareceu para pegá-lo.

Pelo menos até hoje, nenhum advogado estava constituído na defesa da suspeita. Ela deverá responder por homicídio duplamente qualificado. Um exame toxicológico e outro psicológico ainda serão emitidos à Polícia Civil para apontar se a suspeita sofre algum transtorno mental ou se estava sob efeito de drogas no momento do crime.

"Não dá para detectar ainda se ela tem um perfil de transtorno mental ou se estava sob efeito de drogas. Pelas feições, está com características de uso de drogas, mas é cedo para afirmar isso. O fato é que é fria, não poupou detalhes e não tem arrependimento", disse Danillo Proto.

Reincidência

Não é a primeira vez que a suspeita se envolve na morte de um filho. Em 2018, segundo a Polícia Civil, ela dormiu em cima um recém-nascido, causando a morte do mesmo. Na ocasião, a perícia não apontou intenção da mãe, e o caso foi arquivado.
"Puxamos os antecedentes criminais dela, mas, na época, não foi detectada a culpa dela", afirma o delegado.