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"Parem de nos matar": artistas fazem grafites em viela de Paraisópolis

Bernardo Barbosa e Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

08/12/2019 15h07Atualizada em 08/12/2019 15h14

Artistas voluntários fizeram, na tarde de hoje, diversos grafites na viela de Paraisópolis onde nove jovens morreram após uma ação da Polícia Militar na comunidade, na semana passada.

Entre os grafites, há frases de protesto contra a Polícia Militar ("Não acredite em conto de fardas") e de defesa da favela ("Paraisópolis pede paz, chega de preconceito com o povo pobre").

As paredes por onde frequentadores do baile da DZ7 dizem ter sido encurralados pela polícia também ganharam pinturas de anjos e pássaros.

As versões sobre Paraisópolis

Segundo a primeira versão oficial, apresentada pelos PMs envolvidos na ocorrência, os nove jovens foram mortos pisoteados.

A segunda, da Polícia Civil, aponta que as mortes ainda são suspeitas, porque não há elementos suficientes para explicar as causas das mortes. Depois, o MP (Ministério Público) citou os crimes como homicídios, mas tirou a responsabilidade dos PMs e afirmou que a Promotoria fará investigação criteriosa.

Atestados de óbito de 4 dos 9 jovens apontam as causas das mortes por asfixia e trauma na medula.

Na terça-feira (3), vieram a público imagens que mostrariam os seis primeiros policiais envolvidos na ocorrência chegando até a favela de Paraisópolis. Ao fim da operação, 38 policiais militares se envolveram na ocorrência.

Desde segunda-feira (2), seis policiais militares do 16º BPM (Batalhão da Polícia Militar) que estiveram envolvidos na operação em Paraisópolis na madrugada de domingo estão afastados do serviço operacional. Em depoimento prestado à Polícia Civil e à Corregedoria da PM, eles afirmaram que fizeram "uso moderado da força".