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"Malandro": Rosa Weber manda Bolsonaro explicar frase sobre Glenn Greenwald

Presidente chamou Glenn de "malandro" por ter adotado uma criança no Brasil para evitar uma eventual deportação - Adriano Machado/Reuters
Presidente chamou Glenn de "malandro" por ter adotado uma criança no Brasil para evitar uma eventual deportação Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/12/2019 20h34Atualizada em 13/12/2019 22h36

Atendendo ao pedido do jornalista Glenn Greenwald, a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirme se realmente chamou o americano de "malandro" por ter adotado uma criança no Brasil para evitar uma eventual deportação.

"Ante o exposto, determino a notificação do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, para que, querendo, responda à presente interpelação no prazo de 10 (dez) dias", escreveu a ministra na decisão.

A declaração do presidente foi feita em 27 de julho, durante entrevista em evento no Rio de Janeiro. Ele fazia referência a uma portaria publicada no dia anterior pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, que estabelece um rito sumário de deportação de estrangeiros considerados "perigosos" ou que tenham agido de forma contrária "aos princípios e objetivos dispostos na Constituição."

"Ele [Glenn] não se encaixa na portaria. Até porque ele é casado com outro homem [o deputado federal David Miranda, do PSOL-RJ] e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota criança no Brasil", afirmou Bolsonaro.

No pedido enviado ao STF e acatado por Rosa Weber, os advogados de Greenwald alegaram que a fala do presidente é "marcada pela homofobia e pela ofensa à honra" do jornalista e "fere sua dignidade enquanto ser humano, além de ser inadmissível para um chefe de Estado."