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Polícia usa câmeras para identificar outros 4 suspeitos de ataque ao Porta

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

02/01/2020 13h57

Resumo da notícia

  • Homem identificado em ação é filiado ao PSL e já agrediu secretário de Ordem Pública
  • Vídeo mostra vigilante do Porta dos Fundos usando extintor para conter o fogo
  • Até braço usado para arremessar artefatos pode ajudar na identificação de suspeitos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro analisa agora imagens de câmeras de segurança nas imediações da produtora do canal Porta dos Fundos, no Humaitá, na zona sul carioca, para identificar outros quatro suspeitos de envolvimento no ataque a bomba ocorrido na madrugada de 24 de dezembro.

A Justiça já decretou a prisão temporária do empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, 41, pelo crime de tentativa de homicídio por explosão. Foragido, ele postou ontem (1º) um vídeo na internet com críticas aos humoristas pelo filme que retrata Jesus Cristo como um homem gay.

Os criminosos usaram dois veículos —um carro e uma moto — e estavam encapuzados no momento do ataque. Altura, compleição física e até o braço usado para arremessar os artefatos podem ajudar na identificação dos suspeitos.

"Vamos analisar todos os vestígios que possam apontar indícios de autoria. Vamos apurar se é ato isolado de pessoas ou se há alguma ligação com alguma entidade", disse o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, da 10ª DP (Botafogo), responsável pelas investigações.

A Polícia Civil também aguarda a Justiça autorizar a quebra do sigilo telefônico de Eduardo Fauzi para identificar eventual vínculo de associação para a prática do crime. A investigação conta com o apoio da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática).

Vídeo mostra ação do grupo

Em um vídeo, um homem já com o rosto descoberto se abaixa em frente a um veículo para retirar um adesivo fixado na placa de identificação no momento do ataque. Em seguida, caminha em direção a uma das ruas e embarca em um táxi.

Com base na análise das imagens de mais de 50 câmeras nas imediações da produtora e no depoimento do taxista, a polícia identificou Fauzi.

Em sua residência, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, os investigadores encontraram livros ligados à religião cristã e ao islamismo, em operação orquestrada pela Polícia Civil no dia 31. Também foram encontrados simulacros de arma, munição e quase R$ 120 mil.

O empresário possui antecedentes criminais por crimes como ameaça, lesão corporal, coação no curso do processo e lei Maria da Penha. Filiado ao PSL desde outubro de 2001, ele já foi preso em 2013 após dar um soco em Alex Costa, então secretário de Ordem Pública do Rio. A agressão ocorreu em meio a uma entrevista para falar sobre uma operação de fechamento de um estacionamento irregular.

"O Eduardo tem um perfil violento, antagônico", disse o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro.

O Disque-Denúncia elaborou um cartaz para oferecer recompensa de R$ 2.000 por informações que indiquem o seu paradeiro. A entidade já encaminhou uma pista para a Polícia Civil. Entretanto, as investigações são conduzidas em sigilo.