Polícia confirma 2ª morte por síndrome nefroneural; 3º caso é investigado
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou hoje a morte de mais uma vítima pela síndrome nefroneural, que atinge rins e sistema nervoso. A doença e uma possível relação com o consumo da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer, vêm sendo investigadas pela corporação. Pelo menos três lotes da bebida estavam contaminados com as substâncias tóxicas dietilenoglicol e monoetilenoglicol, que teriam causado a síndrome.
A polícia não confirmou, no entanto, se a vítima que teve a morte confirmada hoje consumiu a cerveja. Esta é a segunda morte confirmada pela doença no estado. Um terceiro caso ainda é investigado.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima era um homem que estava internado no CTI do Hospital Materdei do Santo Agostinho, em Belo Horizonte. A identidade da vítima não foi revelada.
A Polícia Civil informou, ainda, que recebeu notificação de 18 casos suspeitos de pacientes que apresentaram os sintomas da síndrome nefroneural, por intoxicação por dietilenoglicol, sendo quatro confirmados, incluindo as duas mortes.
"O outro homem que faleceu hoje, em Belo Horizonte, estava entre os casos suspeitos e a confirmação sobre a causa da morte só será possível após a conclusão do laudo. Os médicos-legistas do Instituto Médico-Legal André Roquette, já estão realizando a necropsia e outras informações serão divulgadas em momento oportuno", informou a Polícia Civil em nota.
Procurada pela reportagem do UOL, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais não confirmou a segunda morte pela síndrome nefroneural. Até o momento, a pasta confirma apenas uma morte pela doença —um homem em Juiz de Fora.
No último boletim, divulgado ontem, a secretaria disse que o estado tem quatro casos confirmados da síndrome (incluindo a morte em Juiz de Fora) e outros 13 sob suspeita. A pasta não informou se a vítima do Hospital Materdei do Santo Agostinho estava entre os casos suspeitos ou confirmados.
Executiva pede para consumidores não beberem cerveja
Ontem, a diretora de marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, pediu que consumidores não bebam a cerveja Belorizontina, independentemente do lote. O alerta vale também para a marca Capixaba, nome dado à mesma cerveja no Espírito Santo.
"O que quero agora é que não bebam a Belorizontina, qualquer que sejam os lotes, por favor. Quero que meu cliente seja protegido. Não beba Belorizontina. Não sei o que está acontecendo", disse.
A Backer tem negado o uso do dietilenoglicol em sua linha produção. Lebbos manteve essa afirmação, mas confirmou que o monoetilenoglicol é utilizado. As substâncias servem para resfriar a cerveja durante sua confecção, mas não devem ser adicionadas à bebida.
Morte é investigada
Ontem, a Secretaria de Saúde de Pompeu, município a 177 quilômetros de Belo Horizonte, afirmou que uma moradora da cidade morreu durante internação na Santa Casa de Misericórdia da cidade com sintomas da síndrome nefroneural.
A Polícia Civil disse não ter sido notificada sobre este caso, que, se confirmado, poderia ser a terceira morte causada pela doença. A vítima esteve em Belo Horizonte entre 15 e 21 de dezembro hospedada na casa de parentes no bairro Buritis, área onde foram identificados os lotes intoxicados da cerveja Belorizontina.
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