Cedae é investigada por despejo de esgoto in natura em lagoas do Rio
A Polícia Civil e o MP-RJ (Ministério Público do Rio) investigam a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) por despejo ilegal de esgoto in natura nas lagoas de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. As informações são da TV Globo.
A empresa pública, responsável pelo fornecimento de água e pelo tratamento de esgoto no estado, segundo constataram peritos em dezembro do ano passado. A tubulação, criada para escoar água da chuva, chega até rios da região, que deságuam nas lagoas. O sistema lagunar de Jacarepaguá deveria ter sido despoluído para a Olimpíada de 2016, mas o projeto não saiu do papel.
Para constatar o despejo ilegal, peritos lançaram um líquido de coloração vermelha em galerias onde o esgoto corria, para conseguir acompanhar o seu fluxo. A água tingida pela substância chegou até os rios. Os trabalhos foram acompanhados por promotores do MP-RJ e delegados.
Material coletado e analisado por laboratórios constatou a contaminação. A concentração de coliformes fecais, bactérias presentes em fezes humanas, estava 25 mil vezes acima do que parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente consideram tolerável.
Em nota, a Cedae afirmou que "vem prestando todos os esclarecimentos aos órgãos competentes. Diante do crescimento desordenado e do uso irregular do solo, ligações clandestinas podem descartar esgotos não tratados sem que haja conhecimento da Companhia. Qualquer empreendimento deve ser precedido de consulta à Cedae para emissão de Declaração de Possibilidade de Abastecimento (DPA) e Declaração de Possibilidade de Esgotamento Sanitário (DPE), que atestam a possibilidade de conexão às redes".
Procurada pelo UOL, a Polícia Civil afirmou que "há um inquérito em andamento, fruto de uma operação em conjunto com os MP Federal e Estadual e com a Rio Águas".
Crise da água atinge 9 milhões de pessoas
Desde o dia 6 de janeiro a população do Rio de Janeiro e de outros sete municípios da Região Metropolitana vem recebendo água turva, com gosto e cheiro terrosos. De acordo com a Cedae, a proliferação de cianobactérias fez com que a água tratada na ETA (Estação de Tratamento de Esgoto) do Rio Guandu, em Nova Iguaçu, contivesse a substância geosmina, que provoca as alterações no paladar e no cheiro da água.
A Cedae afirma que a presença da geosmina não causa problemas de saúde na população, apesar de muitos relatos de pessoas com problemas estomacais neste mês. Apesar disso, a empresa pública iniciou nesta semana o uso de carvão ativado para o tratamento adicional da água produzida no sistema Guandu, com o objetivo de remover a substância.
Após o UOL denunciar que uma obra emergencial que evitaria a crise de abastecimento estar engavetada pela Cedae há 10 anos, a companhia anunciou que fará nova licitação para tirar a intervenção do papel.
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