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Chuvas em MG: Zema cita mudanças climáticas e pede reinvenção de cidades

Romeu Zema fala sobre os temporais que atingiram Minas  - Reprodução/Globo News
Romeu Zema fala sobre os temporais que atingiram Minas
Imagem: Reprodução/Globo News

Do UOL, em São Paulo

30/01/2020 00h20

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), classificou os fortes temporais que atingiram o estado como "fato excepcional" e culpou as "mudanças climáticas", durante entrevista ao programa "Central GloboNews", exibido hoje.

Só na noite de ontem (28), em três horas, as chuvas atingiram o volume de 183 mm e destruíram parte da zona sul de Belo Horizonte, área nobre da cidade, incluindo ruas em frente à casa do prefeito, Alexandre Kalil (PHS).

"A chuva de ontem foi a mais forte em 110 anos. É um fato excepcional, mas que pode acontecer novamente devido às mudanças climáticas", disse o governador.

Na avaliação de Zema, as cidades precisam se reinventar e citou piscinões e cisternas, em condomínios ou residências, como alternativas para a contenção de enchentes. "São soluções criativas que farão a diferença no futuro. Não temos condições de realocar todas as pessoas", alegou.

O governador disse ainda que o estado tem atuado fortemente no auxílio à população, mas admite que tem tido dificuldades principalmente com pessoas que resistem em deixar as suas casas.

Questionado sobre o apoio oferecido pelo governo federal, Romeu Zema afirmou que esteve com Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento Regional, e que ele ofereceu R$ 90 milhões. "Esse valor será repassado diretamente aos municípios [afetados pelas chuvas]."

O número de mortes por causa das chuvas em Minas Gerais subiu para 55, conforme atualização da Defesa Civil estadual divulgada no início da noite de hoje. As mortes ocorreram em 19 cidades, a maioria na capital, Belo Horizonte (13).

A maior parte das mortes (42) foi causada por soterramentos, deslizamentos e desabamentos. Nove pessoas foram arrastadas pelas águas e quatro morreram por afogamento. Um homem está desaparecido na cidade de Conselheiro Lafaiete. Há 65 pessoas feridas.

Até o momento, 53.309 pessoas foram afetadas pelos estragos. O número de desalojados totalizou 44.929 e o de desabrigados, 8.529.

Em todo o estado, 137 cidades tiveram a situação de emergência decretada. Ontem o número era de 121. Cinco municípios estão em estado de calamidade pública: Orizânia, Ibirité, Catas Altas, Taparuba e Muriaé.

Reconstrução de BH

Em entrevista coletiva, o governador do estado, Romeu Zema, anunciou novas medidas de resposta aos danos causados pela chuva, como o adiantamento de parcelas de repasses financeiros devidos a municípios. Zema acrescentou que o governo federal poderá disponibilizar recursos adicionais aos municípios atingidos.

O Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais lançou uma linha de financiamento de capital de giro para atender pequenos e micro empresários. O programa disponibilizará recursos com taxas de 0,83% ao mês e prazo de quitação de até 48 meses.

Já o prefeito Kalil avalia que só a reconstrução de Belo Horizonte após dias de forte temporal irá custar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões. "O que aconteceu aqui, nenhuma cidade do mundo aguentaria. Paris, Nova York ou Boston."