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Casa de família morta no ABC foi roubada e revirada, dizem delegados

Flaviana Gonçalves, Romuyuki Gonçalves e Juan - Reprodução/Facebook
Flaviana Gonçalves, Romuyuki Gonçalves e Juan Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

03/02/2020 12h17

A casa da família que teve três pessoas mortas na última semana foi roubada e revirada, de acordo com delegados que cuidam do caso. Na última terça-feira (28), os corpos de pai, mãe e filho foram encontrados em um carro incendiado.

Imagens veiculadas pelo Fantástico, da TV Globo, mostram que foram encontrados objetos como sapatos e roupas jogadas pelo chão. O quarto do casal Flaviana e Romuyuki foi revirado, assim como o do filho, Juan Vitor. Uma TV sumiu da sala.

"Foram levadas muitas joias, pelo que os familiares falaram. Eletrodomésticos, valor em espécie - Real e moeda estrangeira", afirmou ao Fantástico o delegado Ronald Marques, da Delegacia de Investigações Criminais de SP.

"A questão de ter subtraído objetos da casa pode ser uma simulação pra mostrar que aquilo não seria um homicídio e sim um crime patrimonial", acrescentou Ronaldo Tossunian, delegado seccional de São Bernardo do Campo.

Na cozinha, foram achados objetos e alimentos que indicam que um jantar seria feito. "Havia panela com óleo em cima do fogão, com frango praticamente cru", descreveu Ronald.

Ana Flávia, filha do casal, e a namorada, Carina Ramos, foram presas na quarta-feira (29), suspeitas do crime.

Casa da família morta no ABC estava bagunçada - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

"Todos os indícios apontam para a participação das duas. Então, essa é a linha de investigação", afirmou o delegado Paul Verduraz, da Delegacia de Investigações Criminais de SP.

A perícia indica que as vítimas estavam mortas quando o carro foi incendiado. "Foram traumatismos crânio-encefálico na têmpora direita. Os três do mesmo jeito. Dá a entender que tenha sido a mesma pessoa. A gente acredita que existam pelo menos mais três pessoas envolvidas nesse crime, fora as duas", defende Ronaldo.

Ana Flávia e Carina estão com prisão temporário decretada e não se manifestaram sobre o caso.

A polícia já teria identificado dois homens que participaram do crime, mas os nomes não foram revelados, já que a investigação acontece sob sigilo.

Mais sobre o caso

A Polícia Civil encontrou sangue em roupas que teriam sido usadas por Ana Flávia Gonçalves, 24, a principal suspeita de ter matado os pais e o irmão. Os investigadores encontraram manchas em vestimentas encontradas na casa da família morta, em um condomínio de Santo André. Segundo a polícia informou no fim da última semana, as roupas são de Ana Flávia e teriam sido lavadas. As manchas, no entanto, foram identificadas, na altura do joelho e da genitália, por meio de produtos químicos reagentes.

"O que nos surpreendeu foi essa mancha na região do joelho. Quando confrontada, Ana Flávia disse que toda mulher tem esse problema, que não significava nada. Estávamos suspeitando dela, e esse foi mais um elemento para pedirmos a prisão", disse o delegado Paul Henry Bozon, do Deic de São Bernardo do Campo.

Bozon também afirmou que os investigadores constataram que vários objetos foram roubados da casa, incluindo eletrodomésticos e dinheiro em espécie (R$ 8 mil e dólares não quantificados pela polícia).

Os delegados afirmaram, durante entrevista no Centro de Operações Integradas de Segurança em São Bernardo do Campo, que ainda não há respostas sobre a motivação do crime. "A linha de investigação é essa: uma morte de três pessoas com extrema crueldade, um crime premeditado, sem dúvida", disse Bozon.

Família carbonizada, mortes com golpes

Um laudo elaborado pela polícia mostrou que o casal e o filho, a despeito de terem sido encontrados carbonizados, foram mortos com golpes na cabeça, especificamente do lado direito. Segundo os investigadores, essa informação mostra que a pessoa que proferiu os golpes era canhota.

Outra questão investigada é se houve participação de outras pessoas no crime.

A polícia informou que uma testemunha, que está sob proteção, afirmou ter visto um homem de cerca de 1 metro e 90 ajudando a carregar o carro (um utilitário da Jeep) com o que seriam os corpos das vítimas. A polícia também trabalha com a possibilidade de que outras pessoas, além deste homem apontado, tenham participado do crime.

"Uma testemunha desmentiu tudo que elas falaram. Disseram que estavam sozinhas, que passaram a tarde sozinhas. Mas tinha mais uma pessoa, inclusive essa testemunha viu eles colocando o carro de ré na casa e carregando o carro", disse o delegado.