Família acusa PM de atirar em homem com problemas psiquiátricos no RJ
Um homem, identificado como Rafael Alexandre da Silva da Conceição, de 31 anos, foi baleado nas duas pernas, na última terça-feira (10), na rua Sargento Jorge Monsores, no bairro São Matheus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Rafael tem problemas psiquiátricos e, de acordo com parentes, foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem feita por policiais do Batalhão de São João de Meriti.
A cunhada dele, Dayana de Jesus da Silva, contou que Rafael estava sentado na rua, comendo uma quentinha, quando dois policiais chegaram e ordenaram que ninguém corresse. No entanto, Rafael, que tem medo da polícia, contrariou a determinação e deixou o local. Nesse momento, um dos policiais atirou nele atingindo as duas pernas da vítima.
Rafael foi diagnosticado em 2014 com surtos psicóticos e chegou a ficar internado em uma unidade de saúde para tratamento. Atualmente, o homem fazia acompanhamentos médicos em uma clínica da família.
"Ele tem problemas mentais e todo mundo aqui sabe disso, inclusive os policiais, que estão sempre fazendo patrulha por aqui. Quando ele viu a polícia se assustou e saiu correndo. Começaram a atirar e um disparo de fuzil pegou as duas pernas dele. Os policiais mandaram a gente socorrer e foram embora", contou Dayana.
Rafael foi levado pela família para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da região e devido a necessidade de cirurgia foi transferido para o Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, onde segue internado sem risco de morte, informou a cunhada.
O homem mora com o pai no bairro São Matheus, onde foi baleado. Ele tem hábito de catar lixo na rua. Rafael possui outros três irmãos e é o único portador de doença mental.
Procurada, a PM informou que homens do Batalhão de São João de Meriti estavam em patrulhamento nas proximidades da comunidade do Buraco Quente para reprimir o roubo de veículos e de carga quando foram atacados por criminosos. Houve troca de tiros, mas ninguém foi baleado.
"Posteriormente, a sala de operações foi informada que uma pessoa teria dado entrada na UPA com ferimentos ocasionados por disparo de arma de fogo".
A corporação informou ainda que o comandante do Batalhão vai instaurar sindicância a fim de apurar o fato.
Parentes de Rafael negam que tenha ocorrido operação na região. Já a Polícia Civil informou que a delegacia de São João de Meriti está investigando o caso: "Diligências estão em andamento", informou através de nota.
"Ficamos bem nervosos na hora e com muita raiva. Agora consegui vê-lo, estou mais calma. Foi uma maldade o que fizeram com ele. Ele não faz mal para ninguém", desabafou Dayana.
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