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Covid-19: Porto Velho para o transporte coletivo e adota isolamento rígido

Transporte coletivo em Porto Velho está suspenso até 14 de junho - Divulgação/Prefeitura de Porto Velho
Transporte coletivo em Porto Velho está suspenso até 14 de junho Imagem: Divulgação/Prefeitura de Porto Velho

Abinoan Santiago

Caboração para o UOL, de Ponta Grossa

07/06/2020 15h59

Com aumento de 96% nos casos do novo coronavírus nos últimos dez dias, Porto Velho está desde ontem em "isolamento social rígido" e com o transporte coletivo suspenso. As medidas vão até 14 de junho e partiram de um decreto do governo de Rondônia, que incluiu Candeias do Jamari, cidade vizinha à capital. Ambos os municípios usam os mesmos hospitais públicos para tratar a covid-19.

De acordo com dados do governo, Porto Velho registrou, até 27 de maio, 2.594 casos do novo coronavírus. Dez dias depois, o número alcançou ontem 5.087 e 167 óbitos. Já no estado, as confirmações de covid-19 passaram de 3.862 para 7.701, um aumento de 99,4%. O total de mortes chega a 228.

Pelo menos até ontem, o Painel do Coronavírus de Rondônia mostrava disponíveis 28 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na rede pública. Outros 82 estavam ocupados com casos confirmados e 15 com pacientes à espera do resultado do exame.

Segundo o governo, a nova determinação suspende totalmente as atividades e os serviços considerados não essenciais, além de limitar as atividades essenciais.

Apesar das medidas mais restritivas, o governador Marcos Rocha (PSL) não considera que o decreto seja um "lockdown", que é o bloqueio total rígido adotado em outras capitais do Norte, a exemplo de Belém e Macapá.

"Estudamos essa alternativa e, nestes oito dias, teremos leitos e podemos evitar que outras pessoas se contaminem. As pessoas já internadas podem ser atendidas. Não vamos fazer 'lockdown', será um isolamento maior, para que as pessoas evitem andar, perambular e parar nas ruas, para evitar a contaminação de outras pessoas", avaliou o governador, em entrevista coletiva anteontem, transmitida pelas redes sociais.

O decreto estipula a paralisação das obras de construção civil, com exceção das áreas de saúde e segurança pública. Somente poderão continuar com as atividades as indústrias que atuam em turnos de 24 horas ou as que operam em setores de bebidas, produtos de higiene e de produção de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

A circulação entre Porto Velho e Candeias do Jamari será permitida para os trabalhadores dos serviços essenciais. Eles deverão apresentar uma declaração caso sejam parados em barreiras sanitárias.

O isolamento ainda abrange o fechamento das rodoviárias de Porto Velho e Candeias do Jamari, assim como a suspensão do transporte público municipal, intermunicipal entre as cidades e táxis entre os dois municípios.

Os motoristas de aplicativos e taxistas poderão transportar pessoas dentro das cidades, desde que haja no veículo até dois passageiros com máscaras.

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), disse esperar que com o "isolamento social rígido", a taxa de confinamento se eleve em comparação aos dois meses da pandemia na cidade —de acordo com a prefeitura, está na média de 50%. No dia do anúncio das restrições, anteontem, o índice de isolamento era de 36%, segundo o site In Loco.

"Estamos há mais de dois meses com o isolamento social pela metade. Nós não tivemos a adesão necessária das pessoas, temos um número razoável de mortes, mas mesmo o que fizemos pela metade surtiu efeitos. Poderíamos ter um sucesso maior e agora estarmos discutindo a saída, o reinício da atividade econômica, mas como este isolamento funcionou pela metade, chegamos a este ponto", comentou o prefeito.