Taxista que recolocou cruzes em Copacabana pede respeito a vítimas de covid
O taxista Marcio Antônio do Nascimento Silva, 55, filmado ontem recolocando cruzes na areia de Copacabana depois que um pedestre as derrubou, pediu mais respeito e empatia entre as pessoas, especialmente com aquelas que tiveram familiares ou amigos mortos pelo coronavírus.
Silva perdeu o filho Hugo Dutra do Nascimento Silva, 25, para a covid-19 há quase dois meses. Em entrevista ao jornal "Extra", ele disse que ficou inconformado ao ver um pedestre derrubar as cruzes colocadas pela ONG Rio de Paz, que protestava contra o avanço nas mortes pela covid, e decidiu recolocá-las no lugar.
"Precisamos respeitar mais uns aos outros. Eu senti como se ele [o homem que derrubou as cruzes] tivesse desrespeitado meu filho. Eu não tinha nada a ver com o protesto, moro em Copacabana, só saí de casa um pouco para caminhar. De repente, vi aquele gesto de falta de respeito, falta de empatia. Eles não tinham o direito de impedir a manifestação", afirmou.
O taxista disse que enquanto o pedestre derrubava as cruzes outras pessoas no calçadão debochavam da manifestação da ONG, dizendo que ela estava "criando pânico".
No entanto, essas pessoas teriam ficado envergonhadas e ido embora depois que Silva começou a recolocar as cruzes, pedindo respeito e dizendo que havia perdido um filho para a doença, segundo o próprio taxista.
"Até hoje estou em choque com o que aconteceu [morte do filho]. Foi por isso que coloquei as cruzes de volta na areia e falei o que tinha que falar", declarou.
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